Ele indicou não apreciar o prazo de cinco anos para a formalização dos serviços, como consta no texto vindo do Senado. O parlamentar reconheceu, porém, que esse processo não se faz "do dia para a noite", ainda mais diante do fato de que grande parte das cidades brasileiras não possui planos diretores de saneamento, que norteiam a prestação dos serviços.
Zuliani destacou que essas questões envolvendo os contratos de programa e seus prazos são centrais, uma vez que as soluções dadas pelo PL dirão se haverá viabilidade de prosseguir com a desestatização das empresas estatais, como a alienação do controle ou a abertura de capital na Bolsa. "Como abrir ao mercado uma empresa que não tem contrato? Não tem valor nenhum."
Questionado sobre o futuro dos contratos privados de prestação dos serviços, o parlamentar afirmou que eles serão respeitados. "Em nenhum momento foi cogitado não respeitar os contratos privados. O que cogitamos é eventualmente não respeitar os contratos que passem de 2033 sem uma solução para universalização", afirmou.
Cronograma
O parlamentar reiterou a expectativa de que o projeto possa ser votado até 15 de outubro no plenário na Câmara. No momento, o PL está na fase de audiências públicas.
Segundo Zuliani, há "tranquilidade política" para que o PL seja aprovado, porque além de a discussão já estar "madura", após duas medidas provisórias terem caducado, o projeto conta com o apoio do governo. Apesar disso, ele observou que não vai haver consenso, já que muitos parlamentares são ligados às estatais de saneamento e pressionam para a manutenção de um marco regulatório mais próximo ao existente hoje.
Para corroborar seu "otimismo", o parlamentar citou a votação favorável à reforma da Previdência conquistada na Câmara, que superou as expectativas do governo. Nesse sentido, ele lembrou que basta maioria simples da Casa para aprovar o PL de saneamento.
(Com Agência Estado)
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