"A despeito da surpresa positiva - tanto no número em si quanto na composição da inflação como um todo -, ainda é cedo para qualquer mudança de leitura da política monetária", diz Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos. Ela destaca, na leitura de fevereiro, um início de desaceleração nos preços de alimentos, o que tende a contribuir para uma inflação prospectiva menor.
"Além disso, foi a primeira vez em cinco meses que a inflação de serviços caiu - o que pode ser um sinal de que o aperto monetário está funcionando", acrescenta a economista, ressalvando que uma única observação não permite tirar conclusão "certeira". "Se os movimentos de queda de alimentos continuarem, e se não houver grandes preocupações adicionais com o fiscal, é possível que em algum momento do segundo semestre já se comece a discutir o início dos cortes de juros."
Na B3, a leitura do mês sobre a inflação contribuiu para firmar, desde cedo, apetite por ações. Na ponta ganhadora nesta terça-feira, Azul (+8,47%), Magazine Luiza (+7,42%), LWSA (+7,14%) e Vibra (+5,69%). No lado oposto, MRV (-4,67%), Hapvida (-4,48%) e Yduqs (-4,42%). Entre os grandes bancos, o dia foi positivo, com variações de +0,72% (Santander Unit) a +1,51% (BB ON) no fechamento.
"Há notícias macro, internas e externas, que ainda jogam contra, especialmente a possibilidade, que continua viva, de guerra comercial em escala global. Mas o mercado vem se recuperando mesmo com as commodities na contramão, nesta sessão", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, destacando também, no front doméstico, falas mais "populistas" no governo em busca de retomada de popularidade - não obstante, houve fechamento na curva de juros doméstica nesta terça-feira, observa Moliterno.
Para Gustavo Mendonça, especialista da Valor Investimentos, apesar do avanço do IPCA-15 entre janeiro e fevereiro, a leitura abaixo do esperado para a prévia da inflação no segundo mês do ano contribuiu para a queda dos juros futuros na sessão, e beneficiou o desempenho das ações de empresas de setores mais sensíveis à taxa de juros, como os de varejo e construção, assim como os grandes bancos.
(Com Agência Estado)
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