A Verallia é uma das maiores produtoras de embalagens de vidro para bebidas, como os famosos conhaques e champanhes franceses, e produtos alimentícios. Com 35 fábricas em 12 países, produziu mais de 16 bilhões de garrafas e jarras em 2024, com uma receita de 3,5 bilhões (R$ 22 bilhões), queda de 11,5% em relação ao ano anterior, e lucro líquido de 238,6 milhões (R$ 1,5 bilhão), quase a metade do registrado em 2023. A empresa vende principalmente para o mercado europeu, onde é líder.
Na proposta a ser lançada aos acionistas, a família brasileira se comprometeu a manter a empresa listada em Paris e a não fazer demissões. Nesta segunda, 10, as ações da companhia subiram 3,69%, e fecharam cotadas a 29,26.
"A BWGI quer proporcionar estabilidade ao grupo em um ambiente geopolítico e macroeconômico desafiador que está levando a uma cautela dos clientes e a um aumento do protecionismo em várias regiões", afirma comunicado da BW Gestão de Investimentos (BWGI), que pertence à holding Moreira Salles Brasil Warrant (BWSA).
Desafios e pressões
De acordo com a imprensa francesa, o setor de bebidas no país passa por desafios e pressões, por conta da imposição pela China de tarifas sobre as bebidas europeias, como o conhaque, em um momento de desaceleração de vendas no mercado chinês. Há ainda a ameaça de Donald Trump de taxar produtos europeus.
A tentativa de assumir o controle do grupo vem poucos meses depois de a família Moreira Salles ter se transformado, em dezembro, no maior acionista do Grupo Elis, também francês, que presta serviços de aluguel e limpeza de uniformes e roupas para a indústria de hotéis, bares, restaurantes e hospitais na Europa e América Latina.
A proposta para a compra do controle da Verallia foi feita pela BWGI que, de acordo com documentos oficiais, tem R$ 54,11 bilhões em ativos sob gestão e um total de 36 investidores. A gestora, que já controla 28,8% do capital da Verallia, tem como diretor-presidente João Moreira Salles, que assumiu o cargo em 2022.
Oferta pública
A expectativa é de que a BWGI faça o protocolo oficial da oferta pública de ações no regulador francês na primeira metade de abril. Até o final do primeiro semestre deve ser fechada a operação, de acordo com um documento divulgado pela Verallia. A família quer comprar ações suficientes para superar a fatia de 50% da empresa, assumindo assim o seu controle.
O conselho e a diretoria do grupo francês agora irão avaliar a proposta, ressalta o documento. "O conselho de administração se reunirá para emitir seu parecer fundamentado sobre a oferta", afirma o texto.
No Brasil, a família Moreira Salles investe na produção de nióbio e em companhias como a Alpargatas e a concessionária CCR, além de ser acionista do Itaú Unibanco.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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