Segundo operadores ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a deterioração externa teria consolidado um mau humor já existente na abertura do mercado, após o candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, ter suavizado sua proposta de privatização de estatais na noite de terça. Com isso, as ações das estatais, que subiam desde o fim da semana passada, caíram significativamente. O destaque é para as ações da Eletrobras, que fecharam com queda de 9,21% (ON) e 8,36% (PN).
"Já existia uma perspectiva de começar o dia com um pequeno mau humor por conta das eleições. Mas isso explicaria apenas uma parte pequena, 30% desse movimento. O mercado de hoje (quarta) foi um reflexo do cenário externo, lá fora foi um banho de sangue", aponta o economista da Nova Futura corretora, Pedro Paulo Silveira.
A melhora nos indicadores americanos, sinalizando que mais altas de juros virão pela frente, e o consequente aumento da aversão a risco dos investidores levaram ao fortalecimento do dólar ante moedas emergentes. A moeda americana tinha alta em relação às divisas argentina, russa, mexicana e chilena. A exceção é a lira turca: o dólar tinha viés de queda ante a moeda da Turquia, com recuo de 0,50%.
Silveira aponta que a grande preocupação é com o movimento de alta dos Treasuries. Na máxima, o título do Tesouro americano de 10 anos teve taxa de 3,241%, o maior nível em sete anos. "O receio é que se consolide um ciclo de alta fora de controle", explica.
Além disso, o mercado opera em expectativa pela pesquisa Datafolha que será divulgada na noite desta quarta, às 19h. Esta será a primeira pesquisa pós primeiro turno. O mercado aposta em uma replicação do cenário visto nas urnas do primeiro turno, com vantagem considerável de Bolsonaro sobre o petista Fernando Haddad. "A taxa de R$ 3,70 foi euforia, e a depender dos rumores, podemos voltar ao patamar de R$ 3,80/ 3,85", aponta a estrategista de câmbio Fernanda Consorte, da Ourinvest, em relatório a clientes.
Em dia de mercado mais estressado lá fora e com aumento da aversão ao risco, o Credit Default Swap (CDS), derivativo de crédito que protege o investidor contra calotes na dívida soberana, do Brasil subiu para 231 pontos, ante 221,39 do fechamento de terça, quando chegou ao menor nível desde o início de agosto, de acordo com cotações apuradas pela Markit, considerando os contratos de 5 anos.
(Com Agência Estado)
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.