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Cidades Domingo, 23 de Abril de 2017, 14:17 - A | A

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Domingo, 23 de Abril de 2017, 14h:17 - A | A

BALEIA AZUL

Especialista vê "patologia social" e cobra seriedade ao tratar do tema

CAMILLA ZENI

O desafio da Baleia Azul estampou os noticiários da última semana e pautou discussões em todos os setores da sociedade. O debate é importante, mas profissionais que trabalham com a prevenção de suicídios destacam a preocupação com a possível banalização do tema.

 

Reprodução/Gcom

vera capile

Vera Capilé fala sobre perfil de jovens abalados por desafio

Em entrevista ao HiperNotícias, a psicóloga Vera Capilé manifestou a seriedade do desafio mortal. “É, sobretudo, necessário que o assunto seja encarado com seriedade, como uma nova vertente de patologia social, como famílias desestruturadas, baixa estima, opressão, miséria, bullying e solidão. O caldo de cultura que estimula essa condição está sendo estampado ostensivamente no exacerbamento do conservadorismo religioso, da opressão e violência contra mulheres e minorias e população menos favorecida”, comentou.

 

Segundo a psicóloga, ainda não é possível traçar um perfil exato dos participantes do desafio, uma vez que se trata de um acontecimento recente e que dados metodologicamente seguros ainda não foram estabelecidos. No entanto, de suas observações pessoais, a profissional destacou que os que se prestam ao desafio não são pessoas necessariamente depressivas, mas que podem ter algumas características de distúrbios psicológicos.

 

"Esses jovens têm, marcadamente, características de fragilidade e insegurança psíquica, como, possivelmente, a autoestima muito baixa, enredados pelos criadores destes jogos", disse Vera. "São jovens que necessitam de apoio dos familiares, pois ainda não amadureceram o suficiente para conduzirem suas vidas. Eles precisam desafiar, transgredir, construir ações solitárias", continuou.

 

Segundo Vera, a sociedade vive atualmente a "cultura de violência". Para ela, a difusão de mensagens negativas ganha espaço com as redes sociais. "Esses desafios tornam-se populares na medida em que os jovens estão vivendo na conjuntura da violência, que fica banalizada em muitas expressões. Nesse caso, esses jogos e seus desafios têm uma estrada aberta naqueles jovens mais frágeis, destituídos de acreditar em si próprios e no futuro", comentou.

 

Não é um jogo

A porta voz do Centro de Valorização da Vida (CVV), Isaura Titon, observou que o Baleia Azul não deve ser encarado como uma brincadeira. “O Baleia Azul não é um jogo, é um desafio proposto. Não é uma brincadeira, não tem diversão envolvida, não traz alegria aos participantes”, disse.  

 

Para ela, os que aceitam o desafio são pessoas com uma carga psicológica já abalada.  “O jovem fica propenso a esse desafio se ele já tem uma tendência, uma solidão, um pensamento. O importante é esclarecer e os pais observarem, estarem atentos aos comportamentos dos filhos”, disse.

 

Reprodução

treze porques

Série levanta discussões sobre suicídio na adolescencia

Isaura destacou que os jovens de 15 a 29 anos estão na faixa onde se registra o maior crescimento nos índices de suicídio. “Isso mostra que os jovens estão pensando nisso, em tirar a sua própria vida. É preciso olhar pra esses jovens. A família dando atenção, a escola... Isso é o mais importante. É preciso entendê-los”, comentou.

 

Segundo ela, o CVV de Cuiabá registrou um aumento na procura pelo serviço de acolhimento também após o lançamento da série 13 Reasons Why (Os 13 Porquês), produzida pela empresa americana Netflix.

 

O CVV é uma das organizações capacitadas para acolher às pessoas que precisam de amparo psicológico. Segundo a porta voz, os voluntários estão preparados para lidar com qualquer tipo de sofrimento, independente se o pedido chegou em razão da série, do desafio ou de outros fatores.

 

“No CVV a gente acolhe do mesmo jeito. A nós não cabe entender o porquê de a pessoa estar nesse desafio, mas o que se passa com ela. Quais os porquês da vontade de tirar a vida. A gente tenta acolher a pessoa no momento de dor”, explicou Isaura.

 

Em razão do desafio e do lançamento da série, a temática do suicídio passou a ser mais discutidas, mas, muitas vezes, em tom de julgamento. “A pessoa que pensa em tirar a própria vida é uma pessoa que está em sofrimento”, observou.  Ela alerta que é preciso cuidado para não diminuir a dor do próximo.

 

“É preciso observar e valorizar. Ver se a pessoa está com algum comportamento diferente, se ela está bem ou só fala que está bem, se está confortável, se está ficando mais no canto, se isolando...”, explicou.

 

“Buscar saber como uma pessoa está se sentindo, como ela pensa e vê as coisas, se aproximar, dar um carinho, mostrar que ela não está sozinha e que ela tem com quem contar é o que ajuda”, continuou. Segundo ela, essas ações, embora pareçam simples, são os atos mais acessíveis a todos e que colaboram com a prevenção do suicídio.

 

Reprodução

baleia rosa

Novo desafio contrapõe Baleia Azul e espalha mensagens de amor

Baleia Rosa

Uma dupla de publicitários, com a ajuda de uma psicóloga, resolveu propor uma versão alternativa do desafio da Baleia Azul. Criaram, então, o Baleia Rosa. O jogo é uma lista de tarefas positivas que deverão ser cumpridas e registradas nas redes sociais por meio do uso da tag #BaleiaRosa.

 

Ao todo, os adeptos terão de cumprir com 50 tarefas, assim como no desafio original. Ainda em processo de finalização, terá a cada semana uma nova tarefa.

 

O jogo começa com o desafio de escrever na pele de alguém, com canetinha, uma mensagem que manifeste o tamanho do seu amor pela pessoa.

 

Até a última quinta-feira (20), a última tarefa, de número 26, lançada pelos criadores, foi: “todos os dias, escreva em um papel uma boa ação naquele dia e coloque num cofre. Abra no fim de um ano”.

 

O jogo alternativo foi recebido com bons olhos pela comunidade da psicologia, que manifesta que a disseminação de mensagens positivas é importante para combater as tantas ondas negativas recebidas diariamente. Na página oficial do Facebook, o desafio já conta com mais de 218 mil curtidas, o que demonstra que a população também gostou da versão rosa da baleia.

 

Leia mais:

Radialista é preso acusado de disseminar desafios do “Jogo da Baleia Azul”

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