O rapper Oruam retorna a Cuiabá em meio às polêmicas da Lei Anti-Oruam, que aguarda sanção do prefeito da Capital, Abilio Brunini (PL). O rapper foi confirmado como atração em uma casa de shows no dia 25 de abril, em um evento que promete ser o melhor do ano, de acordo com os organizadores. Em seu Instagram, a casa noturna Luzzem destaca que serão 100 ingressos promocionais à venda, sendo R$ 85 (Lounge VIP) e R$ 55 (Espaço Luzzem).
O chamamento termina com a frase “chama a tropa e vem fazer história com a gente”, em referência aos hits do cantor, que ficaram por semanas no topo das paradas dos streamings.
A POLÊMICA
A Lei Anti-Oruam proíbe a contratação com recursos públicos de artistas que façam apologia ao crime, ao tráfico de drogas ou à sexualização inadequada para o público infanto-juvenil. A medida exige que contratos públicos para eventos culturais incluam cláusulas que proíbam qualquer incentivo a práticas criminosas ou ao consumo de drogas.
O não cumprimento pode resultar em multas, devolução de valores e outras sanções legais. Iniciativas semelhantes já tramitam em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Campo Grande. Em Cuiabá, a lei foi aprovada por unanimidade no início do mês. É a primeira proposta de autoria do vereador Rafael Ranalli (PL). O Projeto de Lei recebeu 25 votos favoráveis.
O ARTISTA
Oruam é o nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, filho de Marcinho VP, que está preso desde 1996 por ser apontado como um dos principais líderes da facção criminosa Comando Vermelho. Oruam ganhou notoriedade por sua mistura de estilos como funk, R&B e rap, com letras que abordam ostentação, sexo e sua relação familiar com o tráfico.
O rapper acumula mais de 13 milhões de ouvintes mensais em plataformas como o Spotify, sendo hoje um dos nomes mais relevantes do rap e do trap nacional. Em protesto a atuação dos vereadores, o rapper escreveu a música "Lei Anti O.R.U.A.M" em que faz uma crítica ácida a realidade das periferias. Ele relaciona a deficiência da educação pública com a decisão dos jovens de seguirem para o crime.
A polêmica continua quando Oruam diz ser dono de uma glock, pistola semiautomática, e que o "tráfico tá virando esporte" (sic).
Em fevereiro deste ano, o rapper foi preso em flagrante durante uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Logo em seguida, foi detido por abrigar o foragido Yuri Pereira Gonçalves, acusado de integrar uma organização criminosa e encontrado com uma pistola 9 mm com kit-rajada e munição, em sua mansão no Joá, Zona Oeste do Rio.
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