De acordo com o representante do Movimento dos Transportadores de Grãos de Mato Grosso, Gilson Baitaca, o acordo selado com o Governo Federal na noite deste domingo (27) não significa a desmobilização dos caminhoneiros que vem bloqueando pontos das rodovias federais do país. No estado são 30 pontos de bloqueio. Embora pautas históricas tenham sido atendidas pela União, como a questão do piso mínimo do frete, luta da categoria desde o ano de 1999. As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Vila Real FM nesta segunda-feira (28).
"Da parte do setor, da parte que eu estou aqui representando, se deu por encerrada. Outra questão são os pontos de bloqueio. Não tenho nenhuma autoridade ou poder sobre os pontos de bloqueio. Mas vale lembrar que a pauta que deu início, que deflagrou esse movimento, está resolvida junto ao Governo. Portanto, para quem é transportador ou caminhoneiro autônomo e queira trabalhar, as negociações estão dadas como encerradas com todas as conquistas garantidas", ponderou.
Baitaca ressaltou que respeita as lideranças que estão nas rodovias e pondera que as reivindicações só foram atendidas graças a união dos caminhoneiros e ao fortalecimento do movimento. "Nada teríamos conseguido sem esse movimento. Se de alguma maneira o osetor sai vitorioso, não por quem está em Brasília ou por algum político, mas pelo movimento".
O representante dos transportadores de grãos ressaltou que uma lição foi aprendida com o movimento: o governo só funciona a base de pressão. "Está mais que provado que as coisas se conquistam no governo na base da pressão. Sou testemunha. Desde 2015 faço essa rota em busca de melhorias para o setor do transporte. Nunca consegui nada só com diálogo. Só consegui, mesmo migalhas, com pressão. Nossas reivindicações são justas. Em toda história do transporte organizado, nunca se teve uma conquista deste porte".
O governo federal cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada na noite deste domingo (27) pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto. A título de comparação, o presidente disse que esse desconto equivale a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins. Os representantes dos caminhoneiros autônomos não aceitaram o congelamento do diesel por apenas 30 dias, como havia sido inicialmente proposto.
O governo federal concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário. Essas determinações deverão constar em medidas provisórias a serem publicadas em edição extra no Diário Oficial da União. Segundo Baitaca, as medidas já foram publicadas. A expectativa do Palácio do Planalto é que a paralisação, que já dura oito dias e causa enormes prejuízos e transtornos em todo o país, termine logo.
Gasolina e gás de cozinha
Baitaca acentuou que o movimento ainda pressionou para que o Governo Federal reduzisse os preços cobrados pela gasolina e gás de cozinha. No entanto, essas cobranças não foram atendidas. "A gente ainda buscava mais coisas, como por exemplo a redução no preço da gasolina e no gás de cozinha. Fomos então informados pela equipe econômica que acompanha ali junto as negociações e mais os advogados da AGU que justificaram que o Governo não é uma empresa de lucros. Ele arrecada e gasta. Então, para ele ter esse gasto, fazer esse gasto de abrir mão do preço da gasolina, isso já está previsto no orçamento. Teria que abrir um crédito em outro lugar, que seja na mesma sociedade, tirando de algum outro tipo de imposto".
"Batemos firme nisso aí, mas no momento a única coisa que a gente tem, isso é uma previsão, é que a gasolina possa baixar, mas não em virtude do movimento, mas pela própria situação cambial, do valor do petróleo no barril internacional e também de uma portaria da ANP, que libera os postos a comprar combustível de quem eles quiserem, tirando aquele negócio da bandeira da distribuidora. Eles acabam agora comprando no livre mercado. Livre concorrência. Isso pode forçar a queda nos preços". (Com Agência Brasil).
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