Anielle, que desfilou pela escola, declarou seu orgulho em participar da homenagem a Iyá Nassô e ao Terreiro da Casa Branca, destacando que a agremiação merece apoio e solidariedade. Para a ministra, a justificativa utilizada na avaliação das notas é "inaceitável" e ignora a importância histórica e cultural do Iorubá no Brasil.
"O Iorubá também formou a nossa própria língua no Brasil e é patrimônio imaterial do Rio de Janeiro desde 2018. Esse tipo de argumento e justificativa não são pertinentes. O carnaval é uma expressão da nossa cultura e herança africana", escreveu a ministra em uma publicação no X (antigo Twitter).
A Unidos de Padre Miguel levou para a Sapucaí um enredo que exaltava a história e a tradição de um dos mais antigos terreiros de Candomblé do Brasil. A penalização da escola gerou uma onda de críticas por parte de especialistas e ativistas, que viram na decisão um reflexo do racismo religioso ainda presente na sociedade.
A ministra reforçou sua solidariedade à comunidade da Unidos de Padre Miguel e reafirmou o compromisso no combate ao racismo religioso. "Estamos juntas e juntos no combate ao racismo religioso e pela liberdade de expressão de nossa cultura e heranças africanas", concluiu.
A Unidos de Padre Miguel protocolou um recurso na Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) com pedido de revisão das notas aplicadas no Grupo Especial do Rio de Janeiro. A agremiação afirmou que identificou "inconsistências graves" nas justificativas.
"A agremiação reforça que seu objetivo não é prejudicar qualquer outra escola, mas garantir uma avaliação justa e transparente. Durante a revisão das justificativas, foram identificadas inconsistências graves, incluindo penalizações em quesitos específicos devido a uma falha técnica no caminhão de som - um problema alheio à responsabilidade da Unidos de Padre Miguel e que, portanto, não deveria ter resultado em perda de pontos", escreveram em nota.
(Com Agência Estado)
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