Destruição de células, queimaduras, lesões no sistema nervoso, no aparelho gastrointestinal e câncer estão entre as consequências mais graves da exposição à radiação. Nas crianças, o risco é ainda maior pela fragilidade do organismo e a facilidade para modificação da estrutura dos órgãos em crescimento em consequência da exposição à radiação liberada durante um exame de raio-x, por exemplo. Por este motivo, a redução no número de exames está entre os objetivos de instituições e unidades de saúde, que têm focado em ações e campanhas voltadas para a conscientização. No próximo dia 09 de março, o tema será abordado na palestra "Proteção Radiológica na Infância". Promovido pela Unimed Cuiabá, o evento gratuito é aberto a médicos, profissionais de saúde e estudantes.
Utilizados em diversos tipos de exames, os raios-x são feixes invisíveis de radiação que passam através do corpo para criar a imagem de ossos e órgãos, necessária na identificação de doenças e outros problemas. Desde criança, a população é submetida a exames de raios-x e outros complementares, o que faz com que a exposição à radiação comece cedo.
De acordo com o pediatra e vice-presidente da Unimed Cuiabá, Arlan de Azevedo de Ferreira, existe um mito entre os pais de que toda criança deve realizar exames de raio-x quando passa por enfermidades ou sintomas mais graves de saúde. Segundo ele, em muitos casos, o exame é desnecessário, mas mesmo assim realizado por insistência dos pais.
"O exame de raio-x só deve ser feito quando há uma orientação para isso. A exposição à radiação, por menor que seja é prejudicial às crianças. Quando isto ocorre sem necessidade é ainda pior. Por isso, tanto os pais quanto os médicos devem ter muito cuidado à indicação e realização de exames", completa o pediatra.
Para discutir o assunto, a Unimed Cuiabá convidou a médica radiologista Mônica Bernardo da Universidade de São Paulo (USP), que ministrará a palestra "Diagnóstico por imagem na infância: ênfase na radioproteção". O evento contará também com o pneumologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Clemax Couto Sant'Anna para abordar o tema "Infecções respiratórias na infância: aspectos diagnósticos".
Adesão - Tendo como objetivo reduzir a exposição desnecessária de crianças à radiação ionizante e promover a conscientização de médicos e pacientes, a Unimed Cuiabá aderiu ao Programa de Proteção Radiológica Infantil. Elaborado pela Unimed do Brasil, o projeto visa a diminuição mínima de 5% no número de exames de raios x de seios de face, tórax e tomografia computadorizada. As atividades e propostas do programa serão apresentadas por Sérgio Leandro Aquilas Rodrigues, da Unimed do Brasil e Luiz Claudio de Moura Carvalho da Unimed Cuiabá.
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