Lenny Niemeyer fez o primeiro deles, sobre um tema batido, mas interpretado de maneira inventiva, listando riquezas naturais do Brasil. "Queria uma coleção que fosse bastante orgânica, com um olhar de mulheres desbravadoras", explica a estilista. Ela mostrou maiôs, biquínis, túnicas e vestidos com propostas utilitárias, como maxibolsos, brincou com misturas de estampas tropicais (folhagens, florais das chitas, asas de borboletas e grafismos marajoaras) e investiu num trabalho de tramas de seda com aspecto de palha, que se desconstruíam em franjas. "É preciso um tempo para gerar desejo", diz Lenny. "Conceitualmente, acho que ninguém sai correndo de um desfile para ir para a loja", completa. "Esse see-now-buy-now veio só para bagunçar nossa vida", diz Nelson Alvarenga, o presidente do conselho do grupo InBrands, sócio da SPFW e dono de marcas, como Ellus, Richards e Salinas.
Acompanhando o termômetro da natureza, a manhã abriu com a coleção de inverno da A.Niemeyer, que levou o povo da moda e clientes aos domínios da Escola Britânica de Artes Criativas (Ebac), na Vila Madalena. O mood era de uma praia fria, com surfistas destemidos pegando ondas em um mar quase congelado. As estilistas Renata Alhadeff e Fernanda Niemeyer, que levantam a bandeira do slow fashion, imaginaram roupas para momentos relaxantes entre amigos, usando elementos do universo do surfe como referência. Conclusão: ótimos jeans, túnicas e peças de lã que davam um ar cozy a tudo e uma cartela suave e neutra com toques de mescla e azul.
Quer uma alternativa mais radical de estilo de vida? A Cotton Project, sim. Seu inverno trata de gente que larga tudo para começar do zero, com peças básicas em veludo e moletom.
De volta ao verão 2019, a Salinas acionou o botão do escapismo, sonhando com dias ensolarados, à beira de uma piscina chique, onde se pode tomar um refresco ao som de baladinhas francesas vintage. Os maiôs (agora onipresentes) têm um colorido de laranja, verde, rosa e azul, em estampas que mimetizam o quadriculado dos azulejos e brinca com as formas do guarda-sol. As viseiras ganharam destaque (elas voltaram), ao lado das referências a uniformes esportivos.
Transportar a gente para lugares mais calmos e agradáveis, alienando às vezes e confortando também, é função das passarelas desde sempre. O escapismo no Brasil, realmente, é algo que não sai de moda.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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