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Variedades Segunda-feira, 17 de Abril de 2017, 14:56 - A | A

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Segunda-feira, 17 de Abril de 2017, 14h:56 - A | A

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Universitário transexual tem nome social em placa de formatura na UFMT

G1

O estudante Valentim Félix, de 26 anos, é o primeiro transexual a ter o nome social gravado em uma placa de formatura na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), segundo a própria instituição de ensino. Ele, que quando nasceu foi registrado como menina, apresentou o trabalho de conclusão de curso na semana passada e se prepara para a colação de grau.

 

Reprodução

VALENTIM

 

Ele também é o primeiro transgênero assumido a se formar no campus da UFMT em Cuiabá e a conquistar o direito de usar o nome social no campus, de acordo com a universidade.

 

Valentim uniu a necessidade do transexual ser realmente ouvido com a paixão pelo rádio e criou um programa chamado "Escuta Trans", com base no tema: "Identidade de Gênero: Acessibilidade aos termos e conceitos mediada pelo rádio”. O objetivo do programa, segundo ele, é fazer com que aos trans e travestis tenham voz.

 

O jovem, que fez o curso de rádio e TV, contou que o processo de aceitação não foi fácil. A primeira barreira, segundo ele, foi a sua própria aceitação, depois a de seus pais e amigos. Mas, na apresentação do TCC, na última segunda-feira (11), foi surpreendido.

 

"Foi muito emocionante para mim. Preparei uma homenagem para os meus pais, mas no final eles é que me surpreenderam com um discurso", contou.

 

Para ele, os transexuais sofrem muito, principalmente nos primeiros anos escolares, devido à falta de um debate sobre sobre identidade de gênero.

 

"Talvez tivesse sido poupado de muito sofrimento, porque nessa época ouvia que devia me comportar com uma menina, andar somente com as meninas. E eu não me identificava com aquilo", explicou.

 

Na adolescência, Valentim se questionava sobre a falta de interesse pelos meninos da escola.

 

Apesar de desconfiar de sua orientação sexual, ele tentava se adequar ao mundo heterosexual, já que seus pais eram religiosos e temia que não o aceitassem.

 

"Começaram a me pressionar dizendo que eu precisava de um namorado. Com 16 anos, decidi ir para um convento", revelou.

 

Como ainda era menor de idade e estava concluindo os estudos, o jovem ia para o convento apenas aos finais de semana. Nos estudos de acompanhamento vocacional, as freiras perceberam a sua falta de vocação.

 

O jovem teve um problema em um dos joelhos devido o tempo que passava ajoelhado no convento.

 

"Quando fazia algo errado pagava as penitências, passava horas ajoelhado. O que me causou uma condromalácia patelar, que é a ausência de cartilagem", contou.

 

O estudante viajou por várias cidades do Brasil durante o processo de aceitação. Segundo ele, à procura de algo que nunca iria encontrar. "Eu achava que o problema era o lugar onde eu morava, mas na verdade eu precisava me aceitar", contou.

 

A "libertação" veio apenas quando iniciou os estudos na UFMT e começou a conviver com pessoas que não viam a questão da identidade de gênero como um problema.

 

"Até então eu repelia essas pessoas. Não ficava perto de lésbicas, bissexuais ou gays, porque no fundo eu sabia que era como eles. Ia para a aula sempre com uma camiseta de santo e um terço pendurado na calça", disse.

 

No final do ano passado, fez a cirurgia para a retirada dos seios, a mamoplastia masculinizadora. "Eu pedi isso de presente quando tinha 15 anos, mas não ganhei. A cirurgia sempre foi uma certeza na minha vida", contou.

 

Atualmente, Valentim lidera um movimento de homens transexuais no estado, o Instituto Brasileiro de Transmaculinidades (Ibrat-MT).

 

"Em pleno século 21 estamos brigando pelo direito de ir ao banheiro. Ainda somos considerados doentes, de acordo com sua Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID)", lamentou.

 

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