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Terça-feira, 25 de Julho de 2017, 15h:07 - A | A

SAÚDE

Cirurgia de estimulação cerebral profunda é realizada no Hospital Jardim Cuiabá

REDAÇÃO

Mayke Toscano/Hipernotícias

hospital jardim cuiabá

 

O Hospital Jardim Cuiabá realizou com sucesso cirurgia de estimulação cerebral, que devolveu a qualidade de vida a um paciente de 53 anos, com sintomas avançados de mal de Parkinson. Tal procedimento já é realizado há mais de cinco anos no hospital. A cirurgia foi liderada pelo neurocirurgião José Wesley Lemes dos Reis e, pela primeira vez no hospital, contou com participação do neurocientista Bruno Duarte Gomes, que possui doutorado em Neurociências e Biologia Celular e é pesquisador afiliado do Massachusetts Institute of Technology. 

 

Denominada DBS, do inglês (Deep Brain Stimulation), a terapia de estimulação cerebral profunda, é indicada a pacientes com doença de Parkinson avançada, em que há piora do quadro motor, ou em casos em que as medicações não conseguem controlar os sintomas de maneira satisfatória. O procedimento durou 3 horas, com equipe multiprofissional composta por neurocirurgiões, neurocientista, anestesista, bem como equipamentos eletrônicos para programação de alvo e processamento dos sinais em tempo real.

 

Ainda há muito a ser pesquisado e descoberto sobre a doença de Parkinson. Entender como se dá esse processo no cérebro, intriga os cientistas. A função do neurocientista é, fazer a coleta de dados e registros nervosos. Por meio da análise desses estímulos, pode-se encontrar meios de explorar e desenvolver novos tratamentos para amenizar ou controlar o avanço da doença.  

 

“A presença do neurocientista em cirurgias como esta é novidade no país. Acreditamos estar entre poucos hospitais no Brasil que já realizaram o procedimento desta forma, colaborando para o entendimento da doença de Parkinson”, ressalta o neurocirurgião, José Wesley Lemos dos Reis.

 

Como funciona o procedimento cirúrgico

A operação consiste no implante de uma espécie de marcapasso cerebral. Para isso, o paciente é submetido à cirurgia. Uma pequena incisão é feita no crânio do paciente e eletrodos são posicionados em uma região específica do cérebro, ligados ao marcapasso. O dispositivo fica sob a pele, na altura da clavícula.

 

Esses eletrodos implantados, farão a estimulação profunda cerebral, e, dessa forma, interferir nos sinais que causam os sintomas motores da doença de Parkinson. Todo processo de implante do eletrodo, é feito com o paciente acordado, a fim de acompanhar a movimentação de face, fala, olhos, membros, efeitos colaterais e tremores.

 

“A partir da estimulação elétrica cerebral profunda, há alívio praticamente imediato dos sintomas motores do paciente. Com a melhora destes sintomas, o paciente terá melhor qualidade de vida. Este último aspecto é considerado, atualmente, o melhor indicador desta terapia e o padrão a ser alcançado”, explica o neurocirurgião, José Wesley Lemos dos Reis.

 

Sobre a doença

O mal de Parkinson, é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, que provoca alterações posturais, tremores, rigidez, lentidão ou diminuição dos movimentos voluntários. O diagnóstico da doença é clínico, baseado na manifestação dos sintomas descritos e o tempo de evolução. Vale lembrar que nem todos os sinais estão presentes no indivíduo, bastando dois ou três sintomas.

 

Além dos sintomas motores, a doença de Parkinson pode causar alterações psíquicas, que variam de depressão até demência. Geralmente, a doença evolui durante anos, causando perda de vias de comunicação importantes dentro do cérebro. 

 

A doença é causada pela intensa diminuição da produção de dopamina, substância química responsável pelo envio de informações às demais células nervosas. Este quadro também pode estar associado ao uso de algum remédio ou decorrer de outra origem que ainda é estudada. Atinge principalmente idosos, a partir dos 60 anos, mas pode afetar adultos jovens de ambos os sexos.

 

Segundo a Academia Brasileira de Neurologia (ABN), a dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática. E, na falta dessa substância, numa região específica do cérebro, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando os sinais da doença.

 

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o mal de Parkinson atinge cerca de 1% da população mundial, acima dos 65 anos. Por isso, já é a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no mundo, atrás apenas do Alzheimer.

 

O mal de Parkinson é uma patologia de origem desconhecida, pois, não se sabe exatamente, quais motivos levam à perda progressiva de células nervosas. A doença tem causa multifatorial e fatores genéticos ou ambientais podem desencadear a doença. No entanto, há um empenho muito grande dos estudiosos para saber mais sobre o assunto.

 

Formas de tratamento

Em todo processo, é de fundamental importância ter acompanhamento médico. O tratamento é feito com medicamentos adequados ao tipo e estágio da doença, de uso permanente. Existe também a possibilidade de tratamento cirúrgico para casos em que os efeitos da doença sejam avançados ou resistentes a medicação. Vale ressaltar que não há cura para o mal de Parkinson. A cirurgia age nos sintomas motores da doença e devolve a qualidade de vida ao paciente.

 

Os pacientes recebem indicação cirúrgica para implante do DBS, por meio de uma consulta com o neurocirurgião. Caso haja necessidade da operação, todos os planos de saúde que seguem o rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cobrem a cirurgia de estimulação cerebral.

 

Outras doenças que podem ser tratadas por DBS

Segundo o neurocirurgião José Wesley Lemos dos Reis, a técnica de implante de eletrodos cerebrais pode ser utilizada para tratar outras doenças dos transtornos de movimentos, como distonias, tanto em crianças como adultos, bem como em pacientes com doenças psiquiátricas graves sem resposta aos tratamentos e, mais recentemente, em casos complexos de epilepsia.

 

 

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