O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) falou pela primeira vez sobre o "Caso Caramuru" desde o final das eleições municipais de 2016, quando denunciou que parentes do seu concorrente a época e atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), teriam se beneficiado com cerca de R$ 4 milhões para garantir que a empresa Caramuru Alimentos S/A, fosse enquadrada no programa de incentivos fiscais do Estado.
Em entrevista ao programa "Conexão Poder", o tucano disse que acredita que os escândalos da Caramuru é apenas uma das inúmeras empresas que adquiriram incentivos fiscais de maneira ilegal e que favoreceu governadores e políticos nos últimos anos.
"A questão da Caramuru é apenas um pingo d'água no oceano de corrupção em relação aos incentivos fiscais. A CPI da Renúncia Fiscal em seu relatório final diz que de 2011 a 2014, mais de R$ 1,7 bilhão de incentivos fiscais foram desviados para outras finalidades", disse o parlamentar deixando a entender que políticos e ex-governadores se beneficiaram do esquema.
"E virá muitas empresas nesse esquema. Se o governo de fato está determinado em investigar, virá muito mais empresas, empresários, políticos e ex-governadores no esquema. Porque isso vem de décadas. A política de incentivos fiscais foi desvirtuada para atender interesses de governadores e políticos nos últimos anos", afirmou.
No último dia 03 de maio, a Delegacia Fazendária (Defaz) realizou a Operação Zaqueus, que prendeu três agentes fiscais do Estado. De acordo com a Defaz, os agentes de forma conjunta e organizada beneficiaram a empresa Caramuru Alimentos S/A, reduzindo a autuação da empresa de R$ 65.938.391,10 (sessenta e cinco milhões e novecentos e trinta e oito mil e trezentos e noventa e um mil reais e dez centavos) para aproximadamente R$ 315 mil. Para reduzir o valor da autuação da empresa, os agentes receberam o pagamento de vantagens indevidas do montante de cerca de R$ 1,8 milhão.
A Caramuru Alimentos S/A apareceu pela primeira vez nos noticiários após o então candidato a prefeitura de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), ter acusado a empresa de se envolver em um esquema de pagamentos de propinas avaliado em quase R$ 4 milhões para recebimento de incentivos Programa de Desenvolvimento Comercial e Industrial (Prodeic).
Os mediadores do esquema, segundo o tucano, seria os parentes do seu então adversário Emanuel Pinheiro (PMDB), atual prefeito de Cuiabá. A empresária Barbara Freitas Pinheiro, cunhada do prefeiro e Marco Polo Pinheiro, seu irmão, que negam as irregularidades.
Fontes ligadas ao Naco - Núcleo de Ações de Competência Originária - o processo da Caramuru envolvendo pessoas com foro privilegiado está em andamento e se encontra com a promotora de justiça Ana Cristina Bardusco. Porém, parte do processo pode ter sido desmembrado ao Tribunal Regional Federal (TRF).
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