Wilson nega edição em áudio e promete mais bombas contra adversário

O candidato do PSDB à Prefeitura de Cuiabá, deputado estadual Wilson Santos, negou, nesta quarta-feira (26), que haja edição no áudio que ele entregou à Delegacia Fazendária (Defaz) como prova de uma confissão da empresária Bárbara Pinheiro, cunhada do adversário de Wilson na disputa eleitoral, o também  deputado Emanuel Pinheiro (PMDB), sobre um suposto esquema de propina em troca de benefícios fiscais à empresa Caramuru Alimentos S.A.

Edson Rodrigues

 

A suposta edição foi apontada pelo peemedebista, no programa eleitoral da TV, veiculado também nesta quarta-feira. Emanuel diz que há “cortes e edições (trucagem), visando confundir a cabeça do eleitor cuiabano”, com intenção de prejudicá-lo.

Wilson, no entanto, afirma que não houve edição. O tucano rebate afirmando que Emanuel “não consegue explicar a acusação de que a família recebeu R$ 4 milhões em propina”. Segundo Wilson, até a próxima sexta-feira (28), novos fatos envolvendo Emanuel devem vir à tona.

“Vem mais coisa aí. Tem mais coisas mais grave que serão apresentadas. De arrepiar os cabelos”, garante. Os fatos seriam referentes tanto ao caso da Caramuru quanto a novos escândalos de corrupção.

"Nós não queremos um novo Silval para Cuiabá",  dispara o tucano, fazendo referência ao ex-governador de Mato Grosso, que está preso há mais de um ano por envolvimentos em casos de corrupção, como os investigados na Operação Sodoma, cujo objeto compreende a concessão de incentivos fiscais ilegalmente. 

A denúncia é composta por um dossiê, cuja principal prova seria o áudio de uma conversa entre Wilson, Marco Polo Pinheiro, Popó, e sua esposa, Bárbara Pinheiro. Popó é irmão de Emanuel Pinheiro. 

Na gravação, o casal confessa que recebeu R$ 4 milhões da empresa para prestar “consultoria” e fazer lobby para o andamento célere do enquadramento da Caramuru no programa de incentivos.

A empresa teria recebido R$ 400 milhões em benefícios fiscais, “ad referendum”, sem passar anteriormente pela avaliação do Conselho de Desenvolvimento Econômico, o Cedem, que era presidido à época pelo então secretário de Indústria, Comércio e Mineração, Allan Zanata, indicado ao cargo por Emanuel Pinheiro e pelo senador Wellington Fagundes (PR), na época deputado federal.

Conforme o tucano, Bárbara afirma que Emanuel tinha conhecimento da propina. O próprio Wilson disse nesta quarta que acredita que Emanuel também tenha sido beneficiado pela Caramuru. “Acredito sim. Só o futuro mostrará e provará”, diz. 

As declarações de Wilson foram dadas à imprensa no início da tarde, quando o candidato estava no Cartório 1º Ofício, no Centro de Cuiabá, para registrar oficialmente o compromisso de cumprir os quatro anos de mandato de prefeito, caso venha a ser eleito no próximo domingo (30).

Segundo Wilson, o registro em cartório é para sanar dúvidas e eliminar  o receio de alguns eleitores indecisos. O candidato sofre grande rejeição nesta campanha eleitoral, motivada principalmente pelo fato de ter deixado a Prefeitura em 2010 para tentar se eleger, sem sucesso, governador de Mato Grosso. 

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