O candidato a prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), apresentou uma série de notas fiscais que comprovariam o pagamento de propina da Caramuru Alimentos S.A para familiares do seu adversário, Emanuel Pinheiro (PMDB).
Alan Cosme/HiperNoticias
Wilson Santos alega que notas chegaram anonimamente no seu gabinete
As notas, que já estariam nas mãos do Ministério Público, foram entregues no gabinete de Wilson Santos, segundo ele, de forma anônima na tarde de ontem (26).
"Essas notas montam o quebra-cabeça porque mostra o pagamento de propina da Caramuru aos familiares do Emanuel Pinheiro. Tenho a informação que o Ministério Público já estaria investigando a Caramuru e essas notas há tempos", disse Wilson durante coletiva de imprensa.
Segundo o tucano, esses pagamentos seriam os principais motivos para que Emanuel fosse a justiça para participar da CPI da Renúncia Fiscal.
"Agora está claro porque Emanuel brigou e foi à Justiça para ser membro da CPI. Após conseguir isso, ele indicou a cunhada, Bárbara Pinheiro, para trabalhar na CPI. E todas vezes que eu (Wilson Santos) e o deputado estadual Zé Carlos do Pátio (SD) queriamos aprofundar nas investigações tínhamos o Emanuel como barreira", explicou o tucano.
Wilson também explica que o processo para a adesão da Caramuru Alimentos ao programa de incentivo fiscais do Estado, durou apenas oito dias e logo após o seu enquadramento, os pagamentos de propinas iniciaram imediatamente.
"O processo começou a tramitar no dia 19 de agosto de 2014 e foi concluído no dia 27 de agosto, ou seja, oito dias depois. Depois foi publicada a decisão e já no dia quatro começou os pagamentos em empresas ligadas aos familiares do deputado Emanuel Pinheiro", afirmou.
Segundo Wilson Santos, que é membro da CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal, com o benefício a Caramuru Alimentos teria deixado de pagar ao Estado cerca de R$ 50 milhões.
CPI
A CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal foi instaurada em 20 de março de 2015 para investigar a prática de concessão de incentivos fiscais por parte do Estado e apurar se os beneficiários do recurso estão em dia com as contrapartidas impostas nos contratos. Atualmente, a CPI já realizou 103 reuniões, sendo 88 delas públicas e 14 fechadas e encaminhou ao governo do estado a sugestão de uma nova lei de incentivos fiscais.
A CPI foi dividida em três sub-relatorias: incentivos fiscais, regime especial e cooperativa. O deputado Emanuel Pinheiro (PMDB) é o relator desta fase de instrução.
A conclusão dos trabalhos da CPI foi prorrogada para o dia 30 de novembro.
Divulgação
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Carlos Nunes 27/10/2016
É evidente que essa distribuição dos incentivos fiscais é estritamente política, acrescida das denúncias da matéria (PROPINAGEM). Isso explica porque um grupo empresarial recebe os incentivos, enquanto outros não vem a cor do dinheiro. Não há democracia nisso, só interesses de ambos os lados - certos membros do governo e certos grupos empresariais. Aí a gente fica sabendo que a empresa deixou de pagar 50 milhões de reais...onde será que esses 50 Milhões fizeram uma falta danada? Na certa como sempre na Saúde; algum hospital, ou vários, deixaram de receber o dinheiro, e não puderam salvar vidas. Enquanto que a Caramuru, que ninguém conhecia, só eles, estava fazendo alguma coisa que vai ser descoberta agora. Se essa deixou de pagar 50 Milhões, quanto será que deixaram de pagar as outras? Somando tudo, dá Milhões ou Bilhões?
1 comentários