Oitenta e nove sindicatos rurais do Estado decidem hoje quem comandará a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) pelos próximos três anos 2017/2019. Normando Corral, atual vice-presidente da entidade, e Antonio Galvan disputam a presidência da entidade.
Apesar de ser atual vice-prisedente, Normando diz que a sua candidatura não representa a atual gestão, por defender mudanças estruturais na Federação.
"Eu sou da atual gestão, tem diretores da atual gestão na nossa chapa, assim como tem na chapa do Galvan que diz ser oposição. A diferença é que nós defendemos um programa de governo bem diferente da atual gestão. Nós defendemos a 'despartidarização' da direção da Famato porque acreditamos que mais prejudica do que contribui", diz Normando que conta com o apoio do atual presidente Rui Prado, filiado ao PSDB.
"Não é que queremos evitar a política aqui, mas se algum diretor ou presidente queira disputar as eleições que renuncie e não se afaste apenas", disse Normando, produtor rural de Tangará da Serra e filiado aos Democratas.
O discurso soa como crítica a Prado que disputou em 2014 uma vaga ao Senado pelo PSD.
Já Antonio Galvan defende uma ruptura com o atual grupo político que comanda a Famato e que, segundo ele, está há mais de 12 anos na direção da Federação.
"Nós queremos uma mudança real na Famato. E para isso é preciso uma mudança no grupo político que está há quase 15 anos. Só assim daremos transparencia a nossa entidade. Por isso, a nossa primeira medida será formular um estatuto mais democrático e que evite manobras como essa que ocorreu ontem, as vésperas da eleição", disse Galvan.
A reclamação de Galvan, que é produtor na região de Vera e Santa Carmen, é por conta da liberação por parte da Comissão Eleitoral, que tem o atual presidente da Famato Rui Prado à frente, que liberou a participação de quatro sindicatos que estão com “Juntas Governativas” a votarem nas eleições de 2016.
"É uma vergonha o que estão fazendo. Esses quatro sindicatos estão sem diretoria e por isso não poderiam votar. As juntas governamentais é apenas para tocar
administrativamente esses sindicatos até que realizem novas eleições. Mas essa manobra ocorre menos de 24 horas da eleição com o objetivo de favorecer o candidato do presidente da Famato", disse Galvan.
A acusação caiu como um bomba na Federação e, por isso, o pleito já está sendo considerado o mais acirrado dos últimos anos.
Os dois candidatos ainda defendem a descentralização da Famato, passando de cinco regiões administrativa para 10.
Já em relação a proposta de reforma tributária do governo os dois candidatos disseram que não estão acompanhando muito o debate por conta do processo eleitoral.
O próximo presidente da Famato coordenará um orçamento de aproximadamente R$ 14 milhões/ano.
A comissão eleitoral emitiu uma nota afirmando que a lisura do processo eleitoral está cumprida e negou ilegalidade na liberação dos quatro sindicatos que estão sob responsabilidade de juntas governamentais para a votação.
Veja a nota na íntegra:
O processo eleitoral do Sistema Famato está sendo conduzido com total transparência e respeito às normas vigentes. A disponibilização prévia da lista de votantes é bom exemplo disso, uma vez que permitiu aos candidatos conhecer com antecedência todas as entidades habilitadas ao voto.
O voto é um direito fundamental à democracia sindical. Não cabe à Famato cercear o direito dessas entidades sem lhes assegurar o contraditório e a ampla defesa na forma da lei. Eventuais irregularidades identificadas pelas chapas devem ser contestadas em momento próprio dentro do processo eleitoral, conforme prevê o estatuto.
A alegação prévia perante a imprensa de que sindicatos administrados por junta governativa não podem votar não procede. A legalidade de um sindicato tem sua premissa básica na sua regular constituição e funcionamento, e sob esse contexto há de ser ressaltado que os sindicatos referenciados possuem regular constituição e estão funcionando normalmente.
Destaque-se que o Conselho de Representantes da Famato não aplicou qualquer sanção a estes sindicatos para suspender ou limitar seus direitos, incluindo-se o voto. Soma-se a isso que nenhum dispositivo estatutário veda a participação de sindicatos que estejam sendo administrados por junta governativa.
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