O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), disse que o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) comprou o cargo de presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Segundo o peemedebista, o tucano teria pago R$ 16 milhões aos parlamentares para assumir o cargo.
A informação consta na delação premiada do ex-governador, que foi homologada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 9 de agosto. Na tarde dessa sexta-feira (25), o magistrado retirou o sigilo sobre o acordo de Silval com o Ministério Público Federal (MPF).
Conforme o documento, após as eleições de 2014, os deputados estaduais Romoaldo Júnior e Mauro Savi procuraram Silval, em dias diferentes, para conversar sobre a eleição da Mesa. Ambos queriam disputar a presidência, mas não tinham dinheiro suficiente para conquistar o apoio dos parlamentares.
Silval então aconselhou os deputados a se unirem ao invés de disputarem um contra o outro. O conselho foi acatado em dezembro de 2014, e eles resolveram disputar na mesma chapa a presidência e a primeira-secretaria da Mesa. Para isso, pediram recursos para Sival, entre R$ 8 e R$ 10 milhões.
Porém, Silval ficou sabendo depois que, Romoaldo e Savi acabaram se unindo a Maluf, e ao deputado Ondonir Bortolini, o Nininho. Silval diz na delação que ficou sabendo por Savi e Romoaldo que o deputado Maluf havia combinado o pagamento de R$ 16 milhões para assumir a Mesa.
Suplementação
Silval diz que quando foi eleito deputado, em 2002, houve uma articulação para a eleição da Mesa, liderada pelo ex-deputado estadual José Geraldo Riva (sem partido). Segundo ele, a maioria dos deputados da época recebiam vantagens indevidas para votar na Mesa Diretora. Geralmente, os valores eram repassados para os deputados e destinados ao pagamento de dívidas de campanha eleitoral.
“Para alguns as entregas eram em dinheiro, sendo que os valores levantados para os pagamentos dessas dívidas eram buscados na maior parte das vezes. Com Valdir Piran, que tinha conhecimento dos fatos. O pagamento desses valores eram retirados do orçamento da Assembléia através de serviços que não eram executados”, diz trecho da delação.
Além disso, Silval diz que o governo estadual, à época sob o comando de Blairo Maggi (hoje no PP), suplementava o orçamento da Assembleia Legislativa para que os pagamentos ilegais aos deputados fossem realizados. “Na época o governador do Estado tinha ciência de que a suplementação seria para os pagamentos de vantagens indevidas aos deputados, sendo que em contrapartida teria o apoio da Assembleia”, revela outro trecho.
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