O procurador-geral da República , Rodrigo Janot, argumenta em seu pedido de busca e apreensão aos gabinetes de deputados estaduais e federais, que a organização criminosa, liderada pelo ex-governador Silval Barbosa, mantinha membros nos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Essa pratica garantiria êxito do ex-governador em todas as ações delituosas realizadas durante gestão de 2010 a 2014.
O chefe do Ministério Público Federal (MPF) reforça as informações da delação de Silval, e embasadas por investigações, de que os deputados recebiam “mensalinho”, em seu gabinete, para aprovarem as ações do governo.
“Aduziu-se que o esquema acima referido era mantido e controlado por organização criminosa que possuía tentáculos nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário locais, bem como no Tribunal de Contas do Estado, contexto no qual foram praticados os três conjuntos de fatos a seguir narrados pelo Procurador-Geral da República”, diz trecho do pedido de busca e apreensão, bem como afastamento de conselheiros do TCE , acolhido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
No documento, Janot cita os desvios delatados pelo ex-governador por meio do programa MT Integrado, pagamento de mensalinho aos deputados para aprovação de ações e novo pagamento de propina aos membros do Legislativo objetivando a aprovação das contas de seu último ano de governo.
As declarações constam na decisão que teve o sigilo suspenso após a deflagração da Operação Malebolge, na manhã desta quinta-feira (14). Além do que foi divulgado, ainda existem partes da investigação e decisões sob sigilo. Há rumores que tais documentos contêm apontamento que atinjam o Judiciário.
Foram alvos de busca e apreensão o deputado Federal Ezequiel Angelo Fonseca (PP), deputado estadual José Domingos Fraga Filho (PSD) , ex-deputado estadual Hermínio J. Barreto (PR), Luiz Marinho de Souza Botelho, Airton Rondina Luiz, prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB), prefeita de Juara Luciane Bezerra, o advogado Alexandre Luis César, deputado estadual Gilmar Fabris (PMDB), Carlos Azambuja, Baiano Filho (PSDB), Silvano Amaral (PMDB), Romoaldo Junior (PMDB), Wagner Ramos (PSD) e Oscar Bezerra (PSB).
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