A prisão preventiva do ex-deputado José Geraldo Riva (PSD) completará quatro meses no próximo domingo (21), mas até agora ainda não houve uma decisão sobre o processo que o levou à carceragem do Centro de Custódia de Cuiabá. Para o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o andamento do caso está lento.
Riva está preso sob suspeita de desviar mais de R$ 62 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa por meio de compras falsas de material de expediente e de escritório entre os anos de 2005 e 2009. Além do ex-deputado, sua esposa Janete Riva (PSD) e outras 13 pessoas foram denunciadas na Operação Imperador.
“Do jeito que está caminhando, daqui a pouco eles vão ser soltos”, avalia Vilson Nery, advogado do MCCE.
Hugo Dias/HiperNotícias
![José Riva](https://cdn.hnt.com.br/storage/webdisco/2013/03/21/800x600/b2469b9a889e50e538e8033ac1116374.jpg)
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) cobra agilidade no julgamento do ex-deputado José Geraldo Riva (foto)
Já para Antonio Cavalvanti Filho, o Ceará, presidente do movimento, trata-se de uma questão de moralidade. “É preciso colocar eles na cadeia, para tirar essa sensação da impunidade. A certeza da impunidade é uma das coisas que mais favorece a corrupção, que faz os corruptos pegarem o dinheiro público com toda fome”.
Culpado ou inocente, quem irá definir é a juíza Selma Rosane de Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá. Mas, além disso, é preciso fazer os envolvidos no caso ressarcirem o dinheiro que, segundo o Ministério Público, foi roubado do contribuinte. Até porque, como lembra Ceará, é no bolso que dói mais.
“Tem que fazer eles ressarcirem o dinheiro público, porque é só assim que eles sentem. Não vê o Pedro Henry, anda por aí com a tornozeleira, não está nem aí. Não tem vergonha. O que dói para eles mais não é tanto a cadeia, mas fazer devolver cada centavo que eles desviaram do dinheiro público”.
E quanto mais tempo passa, maior fica o mar de lama. Na semana que passou, José Riva foi chamado para depor em um processo – que corre em segredo de justiça – a respeito de fraudes que teriam acontecido entre os anos de 1996 e 1998. A questão que fica no imaginário popular é “o que mais teria acontecido entre este caso e o Imperador?”.
Marcos Lopes/HiperNotícias
![Ministério Publico do Estado de Mato Grosso/protocolo/Ceará/Antônio Cavalcante/MCCE](https://cdn.hnt.com.br/storage/webdisco/2013/07/22/560x420/4702e2f7386a367d211b8f2e46287727.jpg)
Antonio Cavalcanti, presidente do MCCE, coloca os políticos corruptos ao lado de assassinos e afirma: "lugar de assassino e corrupto é na cadeia"
Ceará acredita piamente na culpa de Riva, e pontua que o dinheiro supostamente desviado pelo ex-parlamentar representa algumas centenas de mortes pela falta de presença do Estado, por meio de Saúde, Segurança e Educação.
“Se o cara é corrupto, essa pessoa também é um assassino. Se de cada 50 mil reais pode morrer uma pessoa, uma pessoa que roubou, igual o Riva, R$ 62 milhões, quantos pessoas não morreram, estão morrendo ou vivendo uma vida miserável por falta desse dinheiro? Então o corrupto é um assassino e lugar de assassino e corrupto é na cadeia”.
Mais garantista, Nery – o advogado do MCCE – diz que não deseja a prisão nem mesmo para o seu pior inimigo, e nem mesmo para Riva. Só, talvez, para Eder Moraes, que ele considera mais perigoso que o ex-deputado.
"A culpa do Riva é além daquele processo, dos R$ 62 milhões, ela vai muito além disso. Eu não desejo isso para ninguém, e nem para ele, agora ele está lá e não é injusto. Há uma relação de débito dele com a sociedade".
PERSEGUIÇÃO
Durante seu depoimento sobre o caso investigado na Operação Imperador, na quarta-feira (10), Riva disse que é alvo de uma suposta perseguição política e chegou a incluir o nome do procurador Paulo Prado, que teria sido mantido no cargo de procurador-geral do Estado só por tê-lo prendido, supostamente a mando do governador Pedro Taques.
O fato, no entanto, é que a Justiça estava esperando apenas o fim do mandato de deputado estadual, já que, sem o cargo eletivo, Riva volta a ser um cidadão comum aos olhos da lei, sem a tal prerrogativa de foro privilegiado, que emperrou a tramitação dos mais de 100 processos que existem contra o deputado. E até hoje a população segue sem saber se o campeão nacional de processos é culpado ou não.
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