Mesmo com condenação, apoiadores lançam Lula à presidência em Cuiabá

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado pelo Tribunal Regional Federal (TRF 4), do Rio Grande do Sul, a 12 anos e 1 mês de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ao mesmo tempo, apoiadores do ex-chefe de Estado, em todo Brasil, lançaram o nome do ex-presidente ao mais alto posto da República brasileira.

Paulo Whitaker/Reuters

 

De acordo com diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o professor Robinson Ciréia, Lula foi lançado candidato a presidente, “independente do resultado do julgamento”. Os três desembargadores do TRF 4, além de condenarem o ex-gestor, determinaram o aumento da pena de 9 anos e meio para 12 anos e um mês.

“Não vamos desistir da candidatura dele, vão ter que condenar um presidente eleito”, garantiu Ciréia, ao HiperNotícias, no final da tarde desta quarta-feira (24). “Lula foi lançado candidato a presidente da República, nós vamos fazer campanha para o Lula até o último dia de eleição”, completou o professor de história.

Ciréia ainda adiantou que a CUT e demais apoiadores do ex-presidente não vão fazer manifestação nesta quarta. Ele ainda disse que a condenação de Lula não tem nenhuma fundamentação, pois o crime do qual é acusado não chegou a ser concretizado. “Isso é um ataque à democracia”, disse, argumentando que Lula foi condenado, mesmo sem provas.

De acordo com o presidente do PT em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, a cúpula nacional do partido irá se reunir na manhã desta quinta-feira (25), em São Paulo, para traçar as deliberações para os diretórios estaduais e municipais. O deputado adiantou que Lula irá percorrer o Sul do País e depois virá fazer campanha antecipada na “região amazônica”.

“A sucessão de recursos, se tiver de ocorrer, deverá ocorrer no período de candidatura. Após ele ter a candidatura deferida e concorrer, sendo eleito e diplomado, esses recursos não cabem mais porque tratam de atos que a ele são atribuídos pelo MP em mandatos anteriores, então não se falaria mais nisso em um possível outro mandato”, disse Barranco.

Em nota, a Nacional do Partido dos Trabalhadores voltou a afirmar que a condenação ocorreu sem nenhuma prova e que os votos dos três desembargadores foram “orquestrados” pela rede Globo de Televisão. “Confirma-se o engajamento político-partidário de setores do sistema judicial”, diz o documento.

A nota, assinada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann (RS), diz que o PT, os partidos de esquerda, os movimentos sociais, estão “unidos” e não vão aceitar “passivamente” que a democracia seja desrespeitada. A senadora ainda garante que a candidatura será confirmada na convenção partidária, “seguindo rigorosamente o que assegura a Legislação eleitoral”.

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