Logo após o governo do Estado ter confirmado a fraude no sistema de protocolo que modificou e desviou a denúncia sobre os grampos clandestinos que seriam encaminhados ao governador Pedro Taques (PSDB), o promotor de Justiça, Mauro Zaque, que na época era o secretário de Segurança Pública (Sesp), disse que espera a punição dos responsáveis e dos mandantes para que a denúncia não chegasse ao gabinete do governador.
"Isso não me causa surpresa, uma vez que sempre tive a certeza de que essa era a verdade dos fatos. Não obstante, imperioso que essa fraude seja investigada profundamente para punir não somente aqueles que a executaram, mas, e principalmente, aqueles a quem ela interessava e que, de qualquer forma, se beneficiaram de tal expediente criminoso", disse Zaque em nota encaminhada à imprensa nesta quinta-feira (13).
O promotor ainda disse acreditar nas investigações da Justiça, dos fatos denunciados por ele sobre as interceptações clandestinas feitas no âmbito da Policia Militar de Mato Grosso. "Não sou homem de mentir ou sequer fraudar. Mantendo firme meu compromisso com a verdade e com a liturgia do meu cargo. Sigo acreditando na escorreita apuração desses fatos gravíssimos pelo viéis judicial que representa, por óbvio, o Porto Seguro em defesa da sociedade e do regime democrático", finalizou.
De acordo com a auditoria feita pela Controladoria Geral do Estado (CGE), a denúncia assinada pelo Zaque foi protocolada no dia 14 de outubro de 2015 às 10:27:19h sob o ofício 3058/2015. Um minuto depois o documento foi tramitado da gerência de protocolo e postal da Casa Civil para o protocolo do Gabinete do Governador.
Porém, às 14:56:44h o trâmite para o Gabinete do Governador é cancelado e às 15:02:43h uma nova atualização no processo modifica sua descrição, o tipo de processo, o município de origem e o documento que se estaria protocolizando. Aqui surge o documento de Juara.
Por conta da auditoria, o governo decidiu abrir um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar as responsabilidades de servidores públicos sobre alterações nos dados do sistema de protocolo do Estado. As desconformidades foram constatadas por uma auditoria realizada pela Controladoria Geral do Estado a pedido da Casa Civil, de ordem do governador Pedro Taques, que também determinou outra investigação sobre o protocolo pela Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Veja a nota na íntigra:
Tendo em vista o teor do relatório de auditoria especial 0027/2017/CGE, que versa sobre "Alteração de dados do sistema. Protocolo 542635" onde resta comprovado que eu encaminhei a denúncia relativa aos grampos via o mencionado sistema de protocolo conforme a seguir: dia 14/10/2015 . 10:27:19h cadastro da denúncia que encaminhei (oficio 3058/2015 com anexos ); 10:28h processo é tramitado da gerência de protocolo e postal da Casa Civil para o protocolo do Gabinete do Governador; 14:56:44h o trâmite para o Gabinete do Governador é cancelado; 15:02:43h nova atualização no processo modifica sua descrição, o tipo de processo, o município de origem e o documento que se estaria protocolizando. Aqui surge o documento de Juara.
Demonstrando, pois, de forma cabal, que o protocolo do Estado fora fraudado para suprimir a denúncia que encaminhei e, ato continuo, enxertar outro documento a fim de fazer desaparecer quaisquer vestígios acerca dos graves fatos que denunciei.
Isso não me causa surpresa, uma vez que sempre tive a certeza de que essa era a verdade dos fatos. Não obstante, imperioso que essa fraude seja investigada profundamente para punir não somente aqueles que a executaram, mas, e principalmente, aqueles a quem ela interessava e que, de qualquer forma, se beneficiaram de tal expediente criminoso.
Não sou homem de mentir ou sequer fraudar. Mantendo firme meu compromisso com a verdade e com a liturgia do meu cargo. Sigo acreditando na escorreita apuração desses fatos gravíssimos pelo viéis judicial que representa, por óbvio, o Porto Seguro em defesa da sociedade e do regime democrático.
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Benedito costa 13/07/2017
Meu nobre Promotor, como o senhor puniçao para os responsaveis pelas escutas se nao tem nem o mandante.
1 comentários