A publicitária Tatiane Sangalli revelou em depoimento que o escritório de advocacia do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, gravou por meio de arapongagem uma conversa do juiz eleitoral André Gahyva com uma pessoa não identificada, que fazia parte da coligação do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (sem partido), durante as eleições de 2012. A informação foi dada durante depoimento na última quinta-feira (13) ao delegado Flávio Stringueta - que vem conduzindo às investigações sobre as interceptações telefônicas no âmbito da Policia Militar de Mato Grosso.
Reprodução
Tatiane Sangalli diz que o ex-secretário Paulo Taques gravou o juiz eleitoral André Gahyva nas eleições de 2012 em Lucas do Rio Verde
De acordo com Sangalli, o grampo foi feito por uma "caneta espiã".
"Que a depoente prsenciou levarem um áudio para o referido imóvel para melhorar a sua qualidade; Que, o referido áudio se tratava de uma conversa gravada entre o juiz André Gahyva e uma pessoa que a depoente não se recorda, porém era alguém ligado a coligação de Otaviano Pivetta; Que a depoente também se recorda que, para conseguirem esse áudio, ouviu dizer que usaram um funcionário de um lava-jato que teria lavado o carro do juiz e aproveitando assim para colocar uma caneta espiã; Que a depoente chegou a ouvir o áudio, quando estavam tentando melhorar a sua qualidade, e afirma que o áudio que foi publicado teve uma parte 'cortada'", diz trecho do depoimento a que o Hipernoticias teve acesso.
Sangalli fala que durante o pleito daquele ano, a equipe de Paulo Taques prestou serviços jurídicos para Pivetta e teria montando esse "escritório clandestino" no município.
"Que, a depoente acompanhou Paulo Taques até a cidade de Lucas do Rio verde, onde acompanharam praticamente toda a campanha eleitoral; Que ficaram hospedados no hotel Mandino, porém, o escritório de Paulo Taques funcionou no Hotel Odara; Que a depoente também se recorda que havia um outro imóvel, porém não se tratava de um hotel, e se recorda também que era um sobrado, onde a depoente viu vários computadores com fones de ouvido", disse Tatiane Sangalli.
Na época (2012), o juiz eleitoral André Gahyva chegou a pedir seu afastamento do cargo por conta da divulgação de um áudio pela imprensa.
Denúncia nas eleições
O jornalista Victor Cabral foi quem fez a reportagem no dia 27 de setembro de 2012 para o site Olhar Direto revelando o aúdio. Um dia
ExpressoMT/Celso Ferreira Nery
O juiz André Gahyva chegou a responder por um PAD no Tribunal de Justiça de Mato Grosso
depois, Gahyva solicitou afastamento. No mesmo dia o corregedor Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Gerson Ferreira Paes, determinou a abertura de uma apuração para investigar as denúncias envolvendo o juiz eleitoral.
Na reportagem de Victor Cabral, o referido áudio seria entre Gahyva e o candidato a prefeito em Lucas do Rio Verde pelo PMDB, Rogério Ferrarin, que segundo a reportagem, seria para supostamente armar contra o postulante concorrente, o ex-prefeito Otaviano Pivetta (PDT). E não entre o juiz e alguém da coligação de Pivetta como Sangalli disse.
A reportagem também dizia que "A suposta conversa de Ferrarin e Gahyva teria acontecido dentro de um carro. O Olhar Direto recebeu a denúncia e uma gravação onde o juiz alega que indeferiu um pedido de direito de resposta de Pivetta", diz trecho da reportagem publicada no dia 27 de setembro.
Em dezembro de 2014, o pleno do Tribunal de Justiça instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar a conduta do juiz Gahyva.
As declarações de Tatiane Sangalli revelam que os tais grampos ilegais e serviços de arapongagem já vinha ocorrendo desde 2012, e não somente em 2014, como os inicios das investigações apontavam.
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