O deputado federal Valtenir Pereira - que acabou de trocar o PMDB pelo PSB - terá que se explicar nacionalmente a sua repentina licença do mandato por 120 dias. Isso porque o mato-grossense deixará de votar a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB), que poderá autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigá-lo pelo crime de corrupção passiva.
Marcos Lopes/HiperNotícias
"Isso me cheira golpe. É no mínimo estranho. Ele acabou de mudar de partido e quando chega a votação ele sai de licença? Acho que isso deve ser explicado ao partido. O presidente do PSB deveria cobrar explicação do deputado. Qual motivo para ele está fazendo isso? Está a mando de alguém? Acho que a direção nacional deveria apurar isso", disse a deputada federal Teresa Cristina (PSB-MS).
A reação da parlamentar é a mesma da direção nacional que já teria convocado Valtenir para se explicar nesta terça-feira (11) sobre a possível "manobra" para favorecer o presidente Temer.
Isso porque quem assume é o vereador de Tangará da Serra, Rogério Silva (PMDB), que deve renunciar ao mandato no Legislativo municipal para assumir a pasta. Ele é terceiro suplente, e, segundo o acordo costurado por Valtenir, o ex-deputado estadual Jota Barreto (PR) e a professora Jusci Ribeiro (PT) devem abrir mão de assumir o mandato.
Esse será o segundo problema que Valtenir trará à executiva nacional, comandada por Carlos Siqueira. Primeiro por conta da direção estadual do PSB, já que as principais lideranças do PSB no Estado não aceitam o deputado como presidente.
Agora, Valtenir se licencia para evitar pressão dos seus aliados no Estado, como o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), que sonha com o PSB na oposição ao governo Pedro Taques (PSDB).
A nossa reportagem entrou em contato com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e com Valtenir Pereira. Mas ambos não atenderam as nossas ligações e nem retornaram.
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