A Operação conjunta da Delegacia Fazendária e Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), deflagrada na manhã desta segunda-feira (19), teria como alvos políticos e empresários. Não há mandado de prisão, porém, vários de busca e apreensão foram emitidos pela Justiça Estadual.
As casas dos deputados Eduardo Botelho e Mauro Savi, em Cuiabá e Sorriso, foram vasculhadas pelos policiais, que colhem provas sobre a possível farra com dinheiro público praticada no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), nos anos de 2009 e 2010.
Além das casas, a sala da presidência na Assembleia Legislativa também é alvo de buscas, assim como um escritório em Brasília. O nome do investigado do Distrito Federal ainda não foi divulgado.
Na Assembleia Legislativa, o chefe do Gaeco, promotor Marcos Bulhões, comanda os trabalhos. Por enquanto, ele não falou com a imprensa.
Segundo informações preliminares, a operação, no âmbito do Ministério Público, estaria nas mãos do coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), o promotor de Justiça Antonio Sérgio Cordeiro Piedade. O magistrado que assina a ordem seria o desembargador José Zuquim Nogueira.
A delação
Nos depoimentos, Dóia já teria admitido um esquema de recebimento de propina da empresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda., responsável pelo registro de financiamentos de contratos de veículos, necessário para o primeiro emplacamento.
Com base em uma portaria do Detran-MT, de 2009, a empresa cobrava uma taxa que variava entre R$ 170,00 a R$ 400,00. A FDL ficava com 90% do valor arrecadado, repassando apenas 10% aos cofres da autarquia.
O suposto esquema renderia algo em torno de R$ 1 milhão mensais. O dinheiro era sacado em uma agência do Banco do Brasil, no Distrito Industrial, em Cuiabá.
Ainda na delação, Dóia teria entregue fotos, vídeos e áudios de pessoas recebendo o dinheiro ilícito. Por conta desses detalhes, o Gaeco realiza a operação desta segunda.
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