Filantrópicos usam do sofrimento da população para chantagear o governo, diz SES

Mayke Toscano/HiperNotícias

Secretário Luiz Soares disse que o governador ajudou os hospitais de bom grado

"É preciso que a gente converse com base em verdade, eu abomino a mentira, e nesse caso há mentira. Eu diria até uma espécie de chantagem, usando o sofrimento da população. Diria mais, se for avançar por aí, que é até extorsão", afirmou Soares, em entrevista a Rádio Capital FM, nesta quarta-feira (16). 

Luiz Soares explicou ainda que nunca foi obrigação do Estado de realizar repasses para os hospitais filantrópicos. Segundo ele, isso foi feito para um momento de emergência, mas que a crise dos filantrópicos vem antes disso. No final de 2016, os hospitais pediram ajuda ao ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), que intercedeu junto ao governador. 

Na ocasião, foi realizada uma reunião entre os representantes dos hospitais, o ex-prefeito e o governador Pedro Taques (PSDB). Naquela oportunidade o governador então concordou em repassar R$ 7,5 milhões aos filantrópicos, dividido em três parcelas, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Os hospitais, agora, afirmam que o Estado deve os meses em que ficou sem repassar a ajuda.

Somado a isso, o governo estadual já faz um repasse para as prefeituras de Cuiabá e de Rondonópolis, que são utilizados pela secretarias de Saúde. Esta verba é direcionada para o custeio de serviços médicos, incluindo os contratados junto aos hospitais filantrópicos. 

De acordo com o secretário, foi elaborada uma portaria sobre essa reunião, na qual Taques concordou em repassar R$ 7,5 milhões para cobrir um déficit. "Não era nada que o governo devesse, foi uma ajuda de bom grado, de coração e sem poder, porque ao mesmo tempo que o governador fez isso, ele deixou de pagar R$ 7 milhões para os hospitais de Alta Floresta e Colíder". 

Por último, Soares ainda diz que o governador está sendo colocado como "homem mau", o "ruinzinho da história", quando na verdade, o combinado era para realizar os repasses por três meses apenas. "Se não tiver uma discussão séria, num momento de crise, virar chantagem ou extorsão, nunca vai cobrir déficit", finalizou o secretário.