Fabris considera assinatura de Fávaro uma "bravata"

Para o líder do PSD na Assembleia Legislativa, deputado estadual Gilmar Fabris, o fato de o ex-vice-governador, Carlos Fávaro, ter assinado o manifesto das lideranças que não apoiam o projeto de reeleição do governador Pedro Taques (PSDB), pode ser considerado uma "bravata". Fabris acredita que Fávaro caminhará com o tucano no processo eleitoral deste ano, embora neste momento prefira o afastamento. A declaração foi dada e, entrevista à Rádio Capital, nesta quinta-feira (26).

Alan Cosme/hiperNoticias

Deputado Gilmar Fabris

O deputado ainda afirma que Fávaro decidiu pelo afastamento em virtude de sua campanha ao Senado, mas também porque teve interesses não atendidos pela atual gestão. Fabris explica que um dos motivos do descontentamento seria a forma de gestão do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab), uma vez que é ligado ao setor do Agronegócio.

Carlos Fávaro foi um dos 31 ex-aliados de Taques que assinaram o documento que explica as razões pelas quais não apoiariam o projeto do tucano. Entre as justificativas estão a precarização da saúde pública, não cumprimento de promessas de campanha, gestão ineficiente, falta de verdade, quebra das finanças do estado e escândalos e fortes indícios de corrupção na atual gestão.

Enquanto Fabris e outros três deputados estaduais do PSD trabalham para reaproximar o partido de Taques, Fávaro, o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga, assim como a maioria dos filiados preferem caminhar com a oposição. O vereador Toninho de Souza garante que o caminho tomado pelo PSD é sem volta.

Reação

Depois da publicação do manifesto, o ex-secretário chefe da Casa Civil, deputado estadual Max Russi, disse que ex-aliados que assinaram o manifesto fizeram como se faz com a laranja. "Chupa a laranja até virar bagaço, quando vira bagaço descarta e parte para coisa nova".

Russi ainda ponderou que Fávaro não tem capacidade de ganhar eleição sequer de vereador no município de Lucas do Rio Verde. Afirma que sua análise é embasada na opinião de munícipes ouvidos em viagem recente à cidade. 

"O que não concordo é até ontem servia, hoje não serve. Final do ano tivemos uma reunião com todos os secretários, no Palácio, no Garcia Neto, e naquele momento foi feita uma série de juras de amor ao governador. Houve um almoço para fechar apoio das lideranças e um mês depois já não serve? Então tem que apresentar os reais motivos. Esses que eu vi não são os reais motivos. Para quem participou de uma das secretarias estaduais mais importantes de Mato Grosso, mesmo sob críticas. Não concordo que a pessoa use de todos os benefícios, depois não serve mais, descarta". 

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