A empresa Infinity, representada pelo ex-assessor especial da vice-governadoria do Estado na gestão passada, doou o pré projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) com a expectativa de firmar uma parceria público privada (PPP) com o Estado para obter vantagem com o modal. A “doação” foi de R$ 14 milhões, porém a PPP não foi efetivada. A empresa portuguesa FerconsulT especialista em projetos de transporte público também tinha interesse na parceria.
As informações foram repassadas pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) ao Ministério Público Federal (MPF) no mês de julho. No depoimento, Barbosa ainda conta que quando assumiu o governo, o modal escolhido para as obras da Copa era o BRT, mas que logo após foi iniciada a discussão para a implantação do VLT.
Uma comitiva de Mato Grosso foi até a Europa para conhecer o modal. Além das autoridades estaduais, forma na viagem o empresário Ricardo Novis Neves e o então assessor e lobista da empresa Infinity, Rowles Magalhães.
Conforme contou Silval Barbosa, a doação da empresa Infinity para a elaboração do pré projeto idealizado, pela Ferconsult, foi de R$ 14 milhões e “revelava o interesse de Rowles e da Ferconsult em ganhar dinheiro com a mudança de modal com a proposta da realização de uma parceria público-privada, o que acabou não acontecendo”, diz trecho do pedido de busca e apreesão encaminhada pelo MPF a Sétima Vara Federal de Mato Grosso.
No entanto a PPP não foi concretizada porque não tinha tempo hábil para a realização das obras até a Copa de 2014 e posteriormente a empresa Ferconsult não pode participar do processo de licitação.
Descontente com o plano frustrado a empresa Ferconsulti passou a cobrar do secretário Maurício Guimarães indenização pelo fornecimento do pré projeto, que foi utilizado pelo Estado, sem obter vantagem em troca.
“Que não sabe informar quem era o representante da Ferconsult que tratava sobre o assunto, pois quem fazia a intermediação nessas tratativas era Maurício Guimarães”, diz trecho documento.
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