Em sua decisão que determinou a prisão e o afastamento da função parlamentar do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, alega que as imagens do circuito interno do edifício onde reside Fabris, configurou fuga com possíveis "documentos e valores de interesse das investigações". A ação ocorreu durante a Operação Malebolge da Polícia Federal.
"A inicial relata, com detalhes, a ocorrência e aponta os dados concretos que fundamentam a conclusão no sentido de fuga, com objetivo de frustrar a medida de investigação da organização criminosa. Neste sentido, juntou cópias de fotografia do requerido, no interior do elevador do seu edifício, às 05h34min, descendo de pijamas e chinelo, com uma valise preta, e, em seguida, deixando o prédio com sua esposa, utilizando-se do veículo Range Rove, de propriedade do casal, para destino incerto não sabido", diz trecho da decisão proferida na última quinta-feira (14).
Para Fux, a saída de Fabris do edifício poucos minutos antes do cumprimento de mandado de busca e apreensão, configurou-se "estado de flagrância quanto ao crime de organização criminosa e especialmente o de embaraço à investigação criminal que envolve organização criminosa".
A decisão, ainda revela, que agentes da policial federal chegou a procurar o deputado pelas ruas da capital. "A polícia logo após descobrir a fuga do deputado estadual Gilmar Fabris, ainda no curso do cumprimento da busca e apreensão, colocou-se em seu encalço", diz outro trecho da decisão.
O ministro também acatou os argumentos do procurador-geral da República Rodrigo Janot, de que a "imunidade parlamentar é garantia do mandato (não de pessoas que o exerce de maneira transitória) e do livre exercício da função parlamentar", pontuou.
"Ex positis, defiro o pedido formulado pelo procurador-geral da República, e decreto a prisão em flagrante de Gilmar Fabris, convolando-a em prisão preventiva, à luz dos requisitos cautelares cuja presença se encontra devidamente demonstrada. Determino ainda, a suspensão cautelar do investigado do exercício do mandato parlamentar, nos termos do art. 319, VI, do Código de Processo Penal, por absoluta incompatibilidade da situação de prisão em flagrante com a continuidade do exercício do mandato", diz outro trecho da decisão do ministro Luiz Fux.
Por fim, a decisão ainda pede para que Fabris não tenha contato com outros réus e investigados e determinou o mandado de busca e apreensão na residência do parlamentar que já foi cumprida na última sexta-feira (15).
Vídeo
Gilmar Fabris também foi gravado pelo ex-chefe de gabinete do Silvio Corrêa, onde ele aparece reclamando da quantia de dinheiro que, supostamente, teria a receber: "Só um pedaço? Por quê?", questionou o deputado ao chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Sílvio Cesar Corrêa.
O deputado Fabris dialoga sobre a quantia de dinheiro distribuída a cada parlamentar, que seria de R$ 50 mil, e isto seria apenas um "pedaço". A delação do ex-governador foi firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
No vídeo não mostra o parlamentar pegando dinheiro, apenas ele chegando na sala e cumprimentando Sílvio. Silvio, então, informa a Fabris que "chegou um pedaço aí", que é questionado pelo deputado do porque ser apenas uma fatia do dinheiro que ele teria a receber: "Oxe, só um pedacinho por quê?". Logo depois, Silvio avisa que na próxima semana "tem mais".
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pedalada 19/09/2017
Ou seja, recebeu informações sobre a operação.!!
1 comentários