O coronel Alexandre Correa Mendes, ex-corregedor geral da Polícia Militar, e o tenente coronel Victor Paulo Fortes Pereira, ex-diretor de Inteligência da corporação, que estavam presos administrativamente desde a última sexta-feira (23), foram soltos pelo Poder Judiciário na noite desta segunda-feira (26). A decisão foi do juiz substituto da Vara Criminal Especializada de Justiça Militar de Cuiabá, Bruno de Oliveira Marques.
Alan Cosme/HiperNoticias
Os dois coronéis que estavam presos administrativas ficaram sob custódia da própria PM no Comando Geral
O pedido de liberdade dos oficiais foi formulado pelo advogado Hélio Nishiyama, alegando incapacidade de decisão por parte do coronel Catarino. Conforme o defensor, o oficial é reformado e não respeitou a hierarquia dos demais colegas, que estão na ativa.
Além disso, o advogado destacou a falta de provas para a qualificação da prisão, e ressaltou que ambos os coronéis somente poderiam permanecer presos se houvesse uma decisão judicial.
As acusações envolvendo a alta cúpula da Polícia Militar rondam em torno das investigações sobre as interceptações telefônicas que teriam sido feitas de forma ilegal, em 2014 e 2015, denunciadas à Procuradoria Geral da República no início do ano, e que repercutiu em rede nacional no início de maio.
Os coronéis foram denunciados pelo governador Pedro Taques (PSDB), por meio de um ofício encaminhado diretamente ao presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Rui Ramos, e ao coronel Jorge Catarino de Moraes.
Conforme o governador, os militares foram acionados pelo coronel Catarino, encarregado do inquérito que apura a prática de interceptações telefônicas clandestinas, para uma operação, com mandados de busca e apreensão e de prisão, cujos alvos seriam a Casa Militar e as residências dos servidores da pasta.
A denúncia do governador afirma que Mendes e Fortes se encontraram com os secretários Evandro Alexandre Ferraz Lesco, José Adolpho de Lima Avelino Vieira e Airton Benedito Siqueira Júnior, que respondem, respectivamente, pela Casa Militar, Casa Civil e Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), no gabinete da Casa Militar, dentro do Palácio Paiaguás, na manhã de sexta-feira.
O encontro teria ocorrido para que os coronéis alertassem os secretários de que eram alvos da operação, que resultaria na prisão dos envolvidos. No documento, Taques pedia que os líderes tomassem providências.
Logo após a situação vir à tona, o coronel Catarino determinou as prisões dos oficiais, alegando que ambos estariam tentando atrapalhar as investigações. Mendes e Fortes estavam presos administrativamente desde sexta-feira, por um período que deveria durar 30 dias. No entanto, a reclusão durou apenas três dias.
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