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Justiça Sábado, 18 de Fevereiro de 2017, 11:36 - A | A

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Sábado, 18 de Fevereiro de 2017, 11h:36 - A | A

REPÚDIO

Conselho puxa orelha de juíza Selma por decretar prisões

GLAUCIA COLOGNESI

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) "puxou a orelha" da juíza Selma Rosane Santos Arruda da 7ª Vara Criminal de Cuiabá por decretar prisão do advogado Francisco Anis Faiad, no início da semana, durante a 5ª fase da Operação Sodoma. A OAB critica o argumento da juíza para decretar a prisão. Ela alega poder de influência do advogado criminalista para manipular e atrapalhar as instruções criminais.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

juiz selma arruda

 

Em artigo, o conselho exalta a importância da classe dos advogados para o exercício da efetiva Justiça e repudia a postura da magistrada em "ferir as prerrogativas dos advogados e tentar criminalizar a advocacia".  A entidade afirma ainda que ela demonstra atitude ditatorial ao impedir o acesso de um advogado aos autos, mesmo sendo ele o investigado. Ainda segundo a OAB, a decisão da juíza fere a presunção da inocência ao conjecturar que Faiad como advogado possa ter acesso a informação privilegiada e atrapalhar a condução do processo.

 

Confira, abaixo, o artigo na íntegra:

OAB repudia criminalização da advocacia

 

Zelar pela Constituição Federal não é apenas tarefa, mas dever juramentado por todos aqueles que escolheram a defesa da Justiça como profissão. Em seu artigo 133, a Carta Magna é taxativa ao assinalar que “o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.

 

Esses limites servem a toda sociedade, inclusive àquela parte que exerce o papel de julgador, não podendo tratar o que nela está disposto como mero detalhe ou instrumento de espetáculo. Assim, é motivo de veemente repúdio a decisão da juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, que utiliza das prerrogativas da advocacia – previstas em lei – como argumentos para decretação de prisão preventiva.

 

Ao decretar prisão preventiva sob o argumento de que “advogados criminalistas têm conhecimento de fatos que poderão ser manipulados para atrapalhar a instrução criminal”, a magistrada demonstra contrariedade à ordem jurídica sob a qual se ergueu a própria Constituição Federal.

 

A argumentação, inclusive, fere o princípio constitucional da presunção da inocência, a partir do momento que a livre dedução de que o acesso do profissional da advocacia poderá – até mesmo de maneira hipotética como se depreende do tempo verbal escolhido pela referida juíza – atrapalhar a instrução criminal.

 

A própria julgadora afasta, em seu argumento, que ocorra interferência à instrução criminal – isto sim motivo para decretação da prisão preventiva – no momento em que trata a situação como hipótese.

“Além disso, especificamente no caso presente, poderá dificultar as investigações, utilizando-se de suas prerrogativas de advogado, inclusive para obter acesso em autos sigilosos, dados estes que um investigado qualquer jamais obteria”, argumentou a juíza ao decretar a prisão preventiva.

 

Não obstante a falta de razoabilidade da fundamentação, não condizente com a postura de um julgador, é inadmissível que se confunda advogado e cliente. É preciso repelir essa agressão à advocacia sob pena de que o cidadão tenha seus direitos usurpados sempre que um julgador avaliar que o advogado ou advogada por ele constituído não é apto a ter acesso aos autos.

 

Calar ou ceifar a advocacia, ou até mesmo tentar intimidá-la em sua atuação profissional com ordens de prisão como estas remonta aos tempos ditatoriais de um passado que já teve a sua página virada no Brasil graças à atuação dos advogados e advogadas brasileiros.

 

A Ordem não compactua, nem nunca compactuará, com o uso da condição de advogado para fins estranhos ao efetivo exercício da defesa.

 

Para a Ordem importa sim a conduta do profissional da advocacia dentro dos limites da lei. Tanto que faz parte de sua estrutura um Tribunal de Ética e Disciplina para apurar e punir, quando for o caso, aquelas condutas que não condizem com o que foi estabelecido pelo legislador.

 

A mesma conduta, dentro dos limites legais, é esperada do julgador para a boa administração da Justiça ao seu jurisdicionado. Atentar contra as prerrogativas profissionais da advocacia é atentar contra o direito do cidadão de se defender.

 

E é pela premissa assumida pela OAB ao longo de sua história, na defesa da sociedade e das garantias fundamentais, que não se furtará a adotar as medidas necessárias para assegurar o respeito à advocacia.

 

Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

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Cuiabano 18/02/2017

Não foi preso a advocacia e sim 1 membro que segundo investigações se envolveu na corrupção, envolvendo dinheiro público, segundo MPE. Se corrupção não for crime. Prendam Sérgio Moro.

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