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Política Quarta-feira, 01 de Fevereiro de 2017, 18:52 - A | A

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Quarta-feira, 01 de Fevereiro de 2017, 18h:52 - A | A

SEM SURPRESAS

Com 10 votos, Medeiros perde eleição para presidir o Senado

PABLO RODRIGO

Como era de se esperar, o senador José Medeiros (PSD) não conseguiu se eleger presidente do Senado Federal. Em disputa contra o senador Eunicio Oliveira (PMDB/CE), o parlamentar mato-grossense obteve apenas 10 votos contra 61 do peemedebista.

 

Agência Senado

José Medeiros

 

Sendo o primeiro a discursar, Medeiros saudou os senadores Wellington Fagundes e Cidinho Santos, ambos do PR de Mato Grosso.

 

Medeiros disse que a sua candidatura foi para evitar que a eleição se transformasse em "apenas uma cerimônia de posse do novo presidente".

 

Entre as principais propostas que José Medeiros defendeu da tribuna foi a reforma do regimento interno do Senado, política de austeridade administrativa e que pelo um projeto de cada senador seja apreciado pelo pleno uma vez por ano.

 

Antes, o líder do PR, senador Magno Malta (PR/ES), encaminhou a orientação do partido para que a bancada republicana votasse na candidatura de Medeiros.

 

Eunicio Oliveira (PMDB-CE) obteve 61 votos e saiu vitorioso da eleição. Medeiros obteve 10 votos. Foram contabilizados 10 votos  em brancos. A eleição foi realizada na tarde desta quarta-feira (01), com a presença dos 81 senadores. Eunicio comandará a Casa no biênio 2017 e 2018.

 

Eunicio é acusado por um dos diretores da Odebrecht e delatores da Lava Jato de ter recebido R$ 2,1 milhões em propinas. Outro delator da Lava Jato também alega que passou cerca de R$ 5 milhões para a campanha de Eunício ao governo do Ceará por meio de contratos fictícios. 

 

Indicado pelo PMDB, maior bancada do Senado, Eunicio Oliveira é  alvo de denúncia da Procuradoria Geral da República.

 

 

Leia o discurso de José Medeiros  na íntegra:

 

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Exmo colega Eunício Oliveira, candidato a Presidente desta Casa, cidadãos e cidadãs de todo o Brasil e também do meu Estado de Mato Grosso, aproveito aqui para cumprimentar toda a Bancada Federal do Estado de Mato Grosso aqui no Senado: Senador Wellington Fagundes, da minha cidade; Senador Cidinho Santos; e também rememoro aqui o ex-Senador Pedro Taques, Governador do meu Estado, enfim, todos os mato-grossenses e todos os brasileiros.

 

Enfim, todos os mato-grossenses e todos os brasileiros.

 

Amigos e amigas que nos acompanham pela rede TV Senado, Rádio Senado e pelas redes sociais, hoje é um dia verdadeiramente especial. É um dia em que subo a esta tribuna não somente como Parlamentar eleito, com mandato constituído, para representar o Estado de Mato Grosso, mas um dia em que me apresento a meus pares e a todo o País na posição de candidato. Candidato à Presidência do Senado Federal e do Congresso Nacional.

 

Esse relevantíssimo cargo, que tem entre suas funções o comando do Poder Legislativo, a chefia administrativa do Senado Federal e a substituição do Presidente da República em suas ausências eventuais. Disso tudo nós sabemos, mas eu faço questão de iniciar o meu discurso com essa contextualização bem evidente porque, na política, Senador Renan Calheiros, por vezes, esquece-se do óbvio. Isso pode ser efeito do dia a dia em Brasília, das aproximações puramente partidárias ou das afinidades pessoais, que naturalmente vão se formando, mas o fato é que a política é feita de pessoas. E, como pessoas, nós corremos sempre o risco de confundir o cotidiano, esse cotidiano parlamentar, com outros tipos menos complexos de relações pessoais.

 

Por isso, meus caros colegas, é que nós devemos martelar em nossa cabeça todos os dias o óbvio do que traduz a nossa atuação como representantes do povo. O óbvio do que significa a nossa entrada diária nesse prédio. O óbvio do que significa ser Senador da República.

 

E rememoro a minha adolescência quando se falava que ia chegar no Município, Presidente Fernando Collor, que chegava a figura de um Senador. O que representava aquilo para aquela comunidade. O óbvio do que realmente importa todas as vezes em que nos reunimos neste plenário, 81 homens e mulheres, para expressar ideias e tomarmos as mais difíceis e importantes decisões deste País.

 

Sou novato, estou chegando na Casa, mas eu fico imaginando quantas decisões difíceis Senador Pimentel, Senador Moka, Senador Cristovam tiveram que tomar aqui, e tantos outros que me antecedem há muitos anos nesta Casa.

 

Bem, e qual a obviedade que marca a sessão de hoje? Ora, é o fato de que a escolha do ocupante de um cargo com funções tão grandiosas e decisivas, como o de Presidente do Senado Federal, corresponde ao momento mais relevante desta Casa pelos próximos dois anos. O momento de se escolher rumos, de se apontar caminhos e direções, seja eu o escolhido, seja o Senador Medeiros o escolhido, seja o Senador Eunício o escolhido. Todos nós teremos que apontar rumos.

 

Mais do que isso. O momento em que esta Casa há de buscar o seu verdadeiro ponto de centralidade, Senador Randolfe, olhando-se no espelho da vontade popular e projetando de volta ao País a imagem que deseja ostentar pelos próximos dois anos.

Todos carregamos conosco um pouco dos sonhos e anseios dos brasileiros. A política é e sempre deverá ser um celeiro de sonhos, expectativas e esperanças.

 

Quando termina uma eleição no domingo, o pedreiro, a cozinheira, o executivo, todos vão trabalhar, mas aquele dia de domingo representou o sonho, a expectativa de que algo novo virá.

 

Provavelmente, na segunda-feira nada mudará na vida dele. Será uma segunda-feira como outra qualquer, mas aquele domingo, em que se foi lá e colocou o voto na urna, representou um momento de sonho, de esperança de que algo novo virá.

 

É na escolha da Presidência desta Casa que começamos a decidir como pretendemos concretizar os sonhos do povo brasileiro.

 

Sim, Srªs e Srs. Senadores, é de sonhos que estamos falando. A política é, acima de tudo, a esperança de novos rumos, o sonho, e, no momento em que nós fizermos com que ela pare de criar esperança, ela não servirá para mais nada.

 

É esse, Srªs e Srs. Senadores, o significado coletivo das palavras e ações nesta sessão de hoje: que sejamos plantadores de sonhos, de esperança, de expectativa. E isso toma um significado muito maior nesse momento pelo qual passa a República.

 

Independentemente das cores partidárias, todos nós encarnamos a esperança, do mais simples dos brasileiros ao mais erudito. Um significado ainda maior quando tomamos em consideração esse inegável momento: um tempo de restauração econômica do País, de superação das sucessivas turbulências políticas, e um tempo de recuperarmos o equilíbrio das relações entre a União, Estados e Municípios.

 

É bem verdade que às vezes analisamos o cenário e dizemos "temos um País cuja política virou discussão do ódio", mas até aqui nós temos a responsabilidade também nesse cenário, como nos expressamos e como vendemos o futuro à população brasileira.

 

É um tempo de fortalecer no Brasil uma cultura de acolhimento e um ambiente fértil a quem gera emprego, e aí eu ressalto essa palavra – emprego.

 

Nossa atenção precisa estar centralmente voltada a esse direito básico de todo ser humano, e não cabe aqui dizer quem foi culpado por termos esse tanto de brasileiros empregados. Cabe aqui, a todos, unirmo-nos, para buscarmos propiciar a oportunidade a todos os brasileiros de terem pleno emprego, de terem a oportunidade de trabalhar, prover as condições dignas as suas famílias.

 

Mas como vamos fazer isso?

 

E é por tudo isso, Senadora Ana Amélia, que o dia de hoje é também um dia obviamente democrático.

É por tudo isso, Senador Moka, meu conterrâneo, meu quase conterrâneo, de Mato Grosso do Sul, é por tudo isso que estamos aqui, buscando um dia de reforço da nossa democracia.

 

Um dia da democracia mais ativada, um dia de democracia pulsante. Um dia para radicalizarmos no único dos radicalismos saudáveis, que é a democracia, esse remédio para todos os extremismos.

 

Portanto, o Senado Brasileiro tem que ser radicalmente democrático.

 

Um dia em que precisamos relembrar que a democracia só alcançou essa dimensão graças à luta de brasileiros e brasileiras, como o Senador Capiberibe, que não se pouparam em arriscar suas próprias vidas para que o sonho democrático se tornasse realidade.

 

 

 

 

Reprodução

eunicio oliveira

 

Perfil de Eunicio Oliveira

 

Eunicio Oliveira tem 64 anos e chegou ao Congresso Nacional em 1998, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez. Se reelegeu para a Câmara Federal em 2002 e em 2006, período em que também chegou a liderar a bancada peemedebista.

 

Em 2004, em seu segundo mandato como deputado, licenciou-se para assumir o Ministério das Comunicações no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Natural de Lavras da Mangabeira – município cearense a 400 quilômetros de Fortaleza –, Eunício se elegeu para o Senado em 2010. O mandato dele se encerra em fevereiro de 2019.

 

Apesar de ser senador de primeiro mandato, ele ocupou duas funções importantes nos últimos seis anos: a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – considerada a mais influente da Casa – e a liderança do PMDB.

 

Dono da maior bancada do Senado – com 19 senadores –, o PMDB de Eunício comandou a Casa ininterruptamente nos últimos 10 anos. A dinastia peemedebista tem dominado a presidência do Senado desde a redemocratização, em 1985.

 

Nos últimos 28 anos, a Casa teve apenas dois presidentes que não eram filiados ao PMDB: Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), entre 1997 e 2001, e Tião Viana (PT-AC), que ocupou um mandato-tampão de dois meses, em 2007, após a renúncia de Renan Calheiros.

 

Fortuna

 

Eunício Oliveira é o segundo parlamentar mais rico do Senado. Apenas o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) tem patrimônio declarado maior do que o do líder do PMDB.

 

Em 2014 – quando se candidatou ao governo do Ceará –, Eunício declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 99 milhões. Quatro anos antes, na eleição em que se elegeu senador, ele tinha declarado patrimônio de R$ 36,7 milhões.

 

A maior parte da fortuna de Eunício vem dos negócios que ele controla. O líder do PMDB é dono da Remmo Participações, conjunto de seis empresas que prestam serviços de segurança eletrônica, transporte de valores e táxi aéreo. As companhias do senador cearense prestam serviços, inclusive, para órgãos públicos federais.

 

O senador peemedebista também é dono da fazenda Santa Mônica, que ocupa grande porção de terras entre os municípios de Corumbá de Goiás e Alexânia, em Goiás.

 

Doações de campanha

 

Na eleição em que conquistou uma cadeira no Senado, Eunício foi um dos financiadores da própria campanha. Dos R$ 7,7 milhões que ele declarou à Justiça Eleitoral em 2010, mais de R$ 1,6 milhão veio de empresas do peemedebista e do próprio bolso. Naquele ano, o senador também contou com o aporte de empreiteiras.

 

A OAS, empresa investigada pela Lava Jato, doou R$ 750 mil para Eunício concorrer ao Senado. Outros R$ 420 mil vieram de empresas de engenharia.

 

Em 2014, a campanha de Eunício ao governo do Ceará recebeu, via PMDB, R$ 3,5 milhões da JBS; R$ 2,5 milhões da Amil; R$ 1,5 milhão da Camargo Correa; R$ 1,5 milhão da Vigor; e R$ 963 mil da Andrade Gutierrez.

 

No total, a campanha de Eunício ao governo cearense recebeu cerca de R$ 50 milhões em doações contabilizadas. Eunício Oliveira, no entanto, acabou sendo derrotado pelo petista Camilo Santana.

 

Lava Jato

 

Eunício não responde a nenhum processo no Supremo Tribunal Federal (STF), Corte responsável pelo julgamento de senadores. O parlamentar também não é alvo de inquéritos em andamento na Suprema Corte. No começo do ano, o peemedebista solicitou e recebeu uma certidão de “nada consta” no STF.

 

Porém, no fim do ano passado, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho disse, em seu acordo de pré-delação premiada, que pagou R$ 2,1 milhões em propina para o atual líder do PMDB.

 

Em troca, segundo o delator da Lava Jato, Eunício atuou em defesa dos interesses da empreiteira na votação de projetos de lei no Senado. Os dirigentes da Odebrecht chamavam o senador cearense de "índio" nas anotações de propina.

 

À época em que o conteúdo da delação veio à tona, Eunício afirmou "que todos os recursos arrecadados em suas campanhas foram recebidos de acordo com a lei e aprovados pela Justiça Eleitoral".

 

Ele afirmou ainda que "nunca autorizou ninguém a negociar recursos em seu nome em troca de favorecimento à qualquer empresa".

 

Outro delator da Lava Jato, o ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas Nelson Melo disse, declarou, em julho de 2016, que repassou R$ 5 milhões para a campanha de Eunício ao governo do Ceará por meio de contratos fictícios. A defesa do parlamentar nega irregularidades. 

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Carlos Nunes 02/02/2017

Quem perdeu foi o Brasil; deviam ter eleito o José Medeiros mesmo. Ontem a Globo já abriu o bico, disse que o outro que ganhou já foi denunciado por dois delatores da Odebrecht...assim que o Fachim começar a gerir a delação, pode aparecer mais denúncias contra o outro. Peraí, ganhou a presidência do Senado um cara que já foi denunciado por delator premiado? O Brasil não muda nada...entra governo e sai governo continuam assumindo cargos importantes pessoas que um delator premiado, ou vários, podem apontar e dizer: "esse político? recebeu propina também." Aí, é mais um escândalo internacional.

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