Antônio Joaquim diz que divulgação de bens apreendidos pela PF é "ataque político"

O conselheiro afastado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), Antônio Joaquim, classificou como ataque de cunho político a divulgação dos materiais apreendidos pela Pelícia Federal durante a Operação Malebolge em setembro deste ano.  (Veja a nota abaixo)

Alan Cosme/HiperNoticias

 

"...gostaria de repudiar com veemência o uso político da situação, numa tentativa vil e em vão de ferir minha honra, acabar com minha dignidade e manchar minha trajetória de 37 anos de serviços prestados à sociedade mato-grossense.", disse através de uma nota de repúdio divulga na noite desta terça-feira (21).

Para o ex-presidente do TCE, ao ter anunciado a intenção de disputar o governo do Estado em 2018, se tornou alvo de possíveis adversários eleitoral. "Desde o primeiro momento em que manifestei publicamente meu interesse em disputar o pleito 2018, passei à condição automática de alvo principal das investidas de políticos que temem serem derrotados pela democracia, bem como agentes públicos e membros de instituições que sonham em participar da vida política partidária, valendo-se das prerrogativas constitucionais inerentes à função", analisa.  

Antônio Joaquim finaliza dizendo que está tranquilo sobre as apreensões. "...reitero minha total tranquilidade sobre a origem e licitude de todos os materiais que foram recolhidos pela PF", finaliza a nota.    

Ontem o HiperNoticias divulgou a lista de bens apreendidos no seu gabinete e residência. 

Entre os documentos, chama a atenção para uma pasta com o nome de “Bomba A”, que contém uma lista de nomes e um envelope branco de papel contendo diversos documentos e endereçada ao conselheiro Sérgio Ricardo, que já estava afastado do cargo. 

Para a o procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, tais documentos estão relacionados diretamente com as investigações. “Outrossim, é importante ressaltar que os documentos apreendidos na residência do Agravante no dia 14/09/2017 (auto se apreensão nº 394/2017 - NIP/SR/PF/MT - anexo) estão sendo analisados pela Polícia Federal, merecendo destaque aqueles que se relacionam à investigação”, diz trecho de sua manifestações contrária ao pedido de Antônio Joaquim para retornar ao cargo. 

A Polícia Federal também encontrou duas armas e 61 munições. As duas armas estão registradas em nome de Antônio Joaquim. O revolver de Calibre 38, marca Taurus, avaliado em R$ 3.798 mil, tem o registro válido até o dia 19 de outubro de 2018. Já a pistola 380, marca Glock, de aproximadamente R$ 8.400 mil, estaria com o registro vencido desde junho deste ano. 

Também foram apreendidos na casa de Joaquim, 20 colares, 18 pares de brincos, 13 pulseiras, 9 anéis e 11 pingentes, além de relógios de pulso, sem especificação de marcas de modelos. Os objetos não foram avaliados. 

Todos os documentos estão sendo analisados pela Polícia Federal. Ao todo foram 141 itens apreendidos, sendo 80 na presidência do TCE e 61 na casa do conselheiro. 

Veja a nota na íntegra:

Em relação às reportagens veiculadas pela imprensa sobre a lista de materiais apreendidos pela Polícia Federal (PF) em minha casa e gabinete no Tribunal de Contas do Estado (TCE), gostaria de repudiar com veemência o uso político da situação, numa tentativa vil e em vão de ferir minha honra, acabar com minha dignidade e manchar minha trajetória de 37 anos de serviços prestados à sociedade mato-grossense.

Desde o primeiro momento em que manifestei publicamente meu interesse em disputar o pleito 2018, passei à condição automática de alvo principal das investidas de políticos que temem serem derrotados pela democracia, bem como agentes públicos e membros de instituições que sonham em participar da vida política partidária, valendo-se das prerrogativas constitucionais inerentes à função.  

Reafirmo, sobretudo, minha serenidade ante ao ataque político-jurídico que passei a enfrentar. Certamente o povo clama por mudanças. E a “transformação” verdadeira tem um preço alto. Custa a coragem de encarar os autocratas nos olhos, sem medo de enfrenta-los. Acredito na justiça e tenho fé de que a verdade prevalecerá. E, por fim, reitero minha total tranquilidade sobre a origem e licitude de todos os materiais que foram recolhidos pela PF.    

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