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Política Quarta-feira, 08 de Março de 2017, 09:05 - A | A

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Quarta-feira, 08 de Março de 2017, 09h:05 - A | A

MULHER NA POLÍTICA

Alvo do MPE, cota sexista de candidaturas "fracassa" e mudança exige engajamento feminino

RENAN MARCEL/PABLO RODRIGO/GLAUCIA COLOGNESI

Embora representem um pouco mais da metade do eleitorado mato-grossense as mulheres ainda encontram dificuldades para ocupar espaços políticos e cargos eletivos no estado.  A falta de representatividade e oportunidade é conhecida em todo o país. E mesmo algumas iniciativas que buscam evitar essa situação, muitas vezes, são desrespeitadas.

 

Reprodução/HiperNoticias

luciane/thelma/janaina/lucimar/mulheres na politica

Luciane Bezerra, Thelma de Oliveira, Janaina Riva e Lucimar Campos

O uso indevido da cota de candidaturas femininas, por exemplo, é alvo de denúncias na Justiça eleitoral. Pela lei, as coligações devem reservar no mínimo 30% e no máximo 70% para candidaturas de cada sexo. Nas eleições municipais do ano passado, o percentual geral de mulheres candidatas chegou 32,57% em todo o Brasil. Foram 155.587 mulheres na disputa. Porém, quase 15 mil delas não receberam nem um voto sequer.

 

A suspeita é de que as candidaturas tenham sido utilizadas pelos partidos e coligações de forma fraudulenta para o registro e o aval da Justiça eleitoral. Os nomes são apenas “laranjas”. Em Mato Grosso, o Ministério Público Eleitoral investiga casos desse tipo. Duas candidatas a vereadoras do município de Santo Antônio do Leverger e outras cinco mulheres candidatas também ao Legislativo, de Barão do Melgaço, tiveram apenas 1 voto e, em alguns casos, nenhum.

 

"Quando cobrei do presidente do partido que eu não tinha um único santinho para a minha campanha, que não tinha recebido nenhum tipo de apoio do partido, ele disse: 'Vou te falar a verdade. Você quer saber uma coisa? Vocês só estão aqui porque estava faltando nomes para cumprir a cota de candidaturas de mulheres'", relatou a candidata a vereadora por Cuiabá, Izabel Pereira Gama (PHS), quando denunciou o presidente do seu partido ainda durante o pleito eleitoral de 2016.

 

Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres ocupam baixos percentuais de vagas nos cargos eletivos no Brasil. São 10% dos deputados federais e 14% dos senadores, embora seja metade da população e da força de trabalho na economia. O percentual é idêntico nas Assembleias estaduais e menor ainda nas Câmaras de Vereadores e no Poder Executivo.

 

 

GARANTIA DE VAGAS

 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

janaina Riva

Deputada Janaina Riva (PMDB) é a única mulher no parlamento estadual

Única deputada estadual em Mato Grosso, Janaina Riva (PMDB) acredita que a lei eleitoral criada em 2009, que obriga o cumprimento da cota mínima de 30% de gênero, é mais constrangedora do que benéfica para as mulheres.

 

"Essa lei de 30% da obrigatoriedade de candidatura feminina é extremamente constrangedora. Porque elas entram sem perspectiva nenhuma e sem investimentos partidários. Se você pesquisar, a maioria dos doadores preferem doar para homens do que mulheres. E isso é a prova de que não colocam credibilidade e confiança nas candidaturas femininas", disse a deputada.

 

Para a deputada, com a lei de 30% de vaga nas chapas, aumentaram as candidaturas consideradas "laranjas".

 

"Essa lei não é vantagem nenhuma. Pelo contrário, as candidaturas femininas estão sendo usadas como laranjas, sendo expostas e isso não mudou em nada o quadro de representação feminina em mandatos eletivos", afirmou Janaina Riva,

 

A deputada, que é mãe de dois filhos, acredita que é muito mais difícil a participação feminina na política do que a masculina por conta da falta de políticas públicas para a população.

 

"A mulher tem mais dificuldade de mobilidade. As creches ainda não são suficientes para as mulheres, faltam escolas ainda e isso dificulta para as mulheres com filhos a participarem mais da política. O acesso à saúde é precário. Enquanto não mudar isso, nada vai mudar. A tendência é piorar como aconteceu na própria Assembleia do Estado. A gente tinha duas deputadas na legislatura passada, a Teté Bezerra(PMDB) e Luciane Bezerra (PSB), e hoje apenas eu estou lá. Ou seja, reduzimos em 50% a nossa participação. Tínhamos uma senadora em Mato Grosso e hoje não temos nada. Tínhamos vice-governadora e hoje não. Então piorou", analisou.

 

Para Janaina Riva, a melhor saída para acabar com a desigualdade entre homens e mulheres na política seria uma lei garantindo vagas no Senado, Câmara Federal, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais para mulheres.

 

"Se a gente não emplacar a obrigatoriedade de vagas para mulheres nos parlamentos do estaduais e municipais e no Congresso Nacional, para diminuir essa desigualdade de representatividade de gênero, não vamos conseguir mudar nada. Essa é a única alternativa para superarmos essa desigualdade", finaliza.

 

 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

lucimar campos

Lucimar Campos (DEM) está entre as 15 mulheres eleitas de Mato Grosso

FALTA ENGAJAMENTO

 

Os resultados das últimas eleições municipais em Mato Grosso não foram muito significativos em termos de igualdade de gênero. Apenas 15 mulheres se elegeram prefeitas em um total de 141 municípios. E das 1.400 cadeiras nas Câmaras Municipais, apenas 189 são ocupadas por vereadoras.

 

A prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), é uma das poucas vitoriosas. Ela foi reeleita com mais de 70% dos votos para comandar o segundo maior município do estado, com quase 300 mil habitantes. Apenas outra mulher já exerceu o posto na cidade: Sarita Baracat, mãe do falecido secretário estadual de Cidades Nico Baracat (PMDB). Entre uma gestão e outra passaram-se 50 anos.

 

“Me sinto honrada e com uma responsabilidade enorme em estar prefeita dessa cidade”, afirmou Lucimar.

 

Para Lucimar, não há preconceitos e nem falta oportunidades para as mulheres na política, mas sim o desinteresse, que, para ela, parte da própria classe. “Falta as mulheres se engajarem mais nesta atividade. Acredito que a mulher está descobrindo esse caminho. Nós temos muitas condições, capacidade, força e inteligência sim. As mulheres são maravilhosas, são a sustentação de todos os lares”, avaliou.

 

Mesmo a gestão de Lucimar tenta, mas não consegue igualar, a participação de mulheres e homens. Das 16 secretarias, cinco estão sob o comando de mulheres. “Até me questionaram quando nós entramos na prefeitura se estávamos escolhendo essas mulheres justamente por eu também ser mulher e eu disse que não, que é pela competência e porque queremos fazer o melhor para a nossa cidade”, frisou. 

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