O advogado José Patrocínio, que foi coordenador jurídico da campanha para governador de Lúdio Cabral (PT) em 2014, se diz "estarrecido" com a informação de que teria sido grampeado durante os anos de 2014 e 2015. Patrocínio ficou sabendo na quinta-feira (11), após ser procurado pela produção do programa Fantástico da TV Globo para uma entrevista. O advogado ainda revela que o telefone de sua esposa também foi alvo dos grampos ilegais.
"Estou estarrecido. Fiquei sabendo ontem à tarde quando o jornalista me ligou e disse que queria conversar comigo. Lá ele me mostrou a lista que consta na investigação. O meu número e o da minha esposa foram monitorados de 2014 a 2015. Um absurdo jurídico e moral por parte dos responsáveis disso", disse José Patrocínio ao Hipernoticias.
O jurista explica que de acordo com os documentos e as informações da reportagem do Fantástico, os grampos foram solicitados pelo grupo do atual governo do Estado.
Porém, o Palácio Paiaguás informou que quem encaminhou a denúncia ao Gaeco e ao Ministério Público Federal foi o governador Pedro Taques (PSDB) assim que tomou conhecimento do assunto que foi levado a ele pelo ex-secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque.
"Pelo que me passaram e pelo que consta nas investigações, os grampos surgiram através do que chamam de barriga de aluguel. Que é a inclusão de números telefônicos em listas de criminosos. Um juiz de Cáceres autorizou e alguns policiais militares iniciaram as escutas. O que precisamos saber é quem são esses policiais e a mando de quem eles realizaram as escutas", afirmou Patrocínio, lembrando que na lista existem mais de 100 números telefônicos.
"A lista é grande. Tem jornalistas, empresários, políticos, membros do judiciário e pessoas comum, como a minha esposa", disse.
José Patrocínio diz ainda que está buscando todas as informações e que, se constatada a veracidade dos fatos, irá processar o Estado de Mato Grosso.
Marcos Lopes/HiperNotícias
Advogado José Patrocínio pretende processar o governo após tomar conhecimento do caso
"Agora estou buscando as informações. E se comprovado as escutas ilegais. Vou buscar juridicamente os meus direitos. Irei processar o governo do Estado", pontua.
O advogado ainda explica que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também recebeu a denúncia, porém, arquivaram. Ele também cobrará explicações do Ministério Público Estadual (MPE).
"Estou buscando informações desde ontem E sei que o Mauro Zaque apresentou a denúncia no Gaeco. O Gaeco diz que arquivou. Por que? Se envolvia o governador, o processo teria que ser encaminhado ao MPF, ao STJ e não arquivá-lo. O MPE e o Gaeco devem explicação sim", diz o advogado.
Sobre a campanha eleitoral do petista, Patrocínio disse que a espionagem prejudicou a campanha de Lúdio Cabral.
"Agora fica claro que essa espionagem prejudicou a campanha do Lúdio. Porque a outra campanha tinha informações privilegiadas das nossas estratégias jurídicas. Essa ação ilegal contaminou a campanha eleitoral e interferiu no pleito", finaliza.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Leonardo Campos, já entrou em contado com José Patrocínio e deve se reunir com ele ainda hoje para tomar as providências cabíveis.
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Cleber 12/05/2017
Somente com Ordem Judicial podem grampear seu número de telefone fixo ou celular, fora isso é crime. Se alguém fez isso, sem ordem judicial, responderá civil e criminalmente.
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