“O que é importante deixar claro é que a instituição Polícia Militar não fez, não faz e não fará qualquer tipo de interceptação telefônica de forma ilegal.”
Essas foram as palavras do comandante-geral da PM em Mato Grosso, coronel Jorge Luiz Magalhães, ao comentar o andamento do inquérito policial instaurado justamente para apurar o envolvimento de policiais em um escritório clandestino de espionagem.
O inquérito foi aberto no último dia 26 de maio, após a prisão do cabo da PM Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior e do ex-comandante da PM, coronel Zaqueu Barbosa. Ambos já foram ouvidos pelo coronel da PM Jorge Catarino Ribeiro, responsável por conduzir o inquérito.
“O inquérito está fluindo de uma forma muito tranquila e transparente. A instituição tomou todo o cuidado no sentido de buscar um oficial experiente da reserva remunerada que já exerceu a função de comandante geral adjunto e corregedor para que ele presidisse esse inquérito. Também convidamos dois promotores para que acompanhe”, disse.
Magalhães não quis falar sobre as possíveis punições caso seja comprovado o envolvimento dos militares. “Nós esperamos que o inquérito seja concluído o mais rápido possível para que a sociedade mato-grossense possa ter ciência da verdade real dos fatos. É muito prematuro fazer qualquer afirmação neste momento. Temos que aguardar a conclusão para que aquelas que cometeram os desvios de conduta possam ser responsabilizados como manda a legislação”, disse.
Preso no Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) desde o dia 23 de maio, por suposto envolvimento no esquema clandestino de grampos ilegais em Mato Grosso, Gerson é tido como operador das escutas ilegais e estava lotado na Casa Militar até ser preso preventivamente.
Foi Gerson quem pediu à Justiça autorização para as interceptações ilegais de jornalistas, políticos, médicos e servidores públicos, que nada tinham a ver com a investigação de tráficos de drogas. Essa prática é conhecida como “barriga de aluguel”.
Entre os alvos da escuta estavam a deputada Janaína Riva (PMDB), que faz oposição ao governo, o jornalista José Marcondes, o Muvuca, e as ex-servidoras Tatiana Sangalli Padilha e Caroline Mariano, além de desembargadores e outras autoridades.
Nos bastidores, comenta-se que Gerson pode assumir total responsabilidade pelas interceptações para eximir possíveis mandantes interessados nos grampos.
Tatiana Sangalli, uma das grampeadas, teve um relacionamento amoroso com o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, enquanto Caroline era funcionária dele.
Já o coronel Zaqueu Barbosa é apontado como o mandante das ações militares de interceptações telefônicas.
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