"A delação do Silval é uma coisa que acabou judiando muito", afirma Maggi

A delação do ex-governador Silval Barbosa (sem partido) é um dos motivos declarados pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), para não concorrer a nenhum cargo nas eleições deste ano e tomar distância da política por, pelo menos, um período. 

Alan Cosme/HiperNoticias

 Ministro Blairo Maggi está se afastando da política sem tempo determinado

“Obviamente a gente não pode esconder, a própria delação do Silval é uma coisa que acabou judiando muito, fez com que eu repensasse muito isso também, se vale a pena ou não fazer todo esse enfrentamento, estar na política como eu estava. E a conclusão foi ‘não’, deixa eu ficar fora, vamos resolver os problemas e vamos em frente”, declarou durante o seminário 'Ferrovias: o Brasil passa por aqui', na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, na manhã desta segunda-feira (6). 

Quando questionado se o ano de 2017 foi ruim devido à delação de Barbosa, Operação Carne Fraca, entre outros escândalos políticos, Maggi acredita que os problemas surgem diariamente e ainda há possibilidades de aparecerem novas questões, uma vez que o Ministério da Agricultura passa por algumas investigações. 

“Na vida pública você enfrenta todos os dias. Tenho até dezembro para ficar no Ministério e acho que muitos problemas vão surgir ainda, temos investigações no Ministério da Agricultura, tem uma série de coisa que precisa ser levada adiante”, comentou. 

Blairo também leva em conta a distância da família, a falta de tempo para dedicar aos projetos pessoais e a necessidade de participar mais da empresa Amaggi, da qual é proprietário junto com as quatro irmãs e a mãe. 

“Aspecto pessoal, familiar. Você fica muito tempo afastado. Tem uma vida muito ruim, três dias em Brasília, quatro no interior para correr e fazer política”, avaliou. 

“Encerrar. Essa é a minha proposta, minha vontade e até necessidade. A política nos últimos anos tem sido muito depreciada. Para quem tem negócio, uma empresa como eu, que está inserida não só no Brasil como fora. Não estou no comando da companhia, mas sou um dos acionistas, isso tem criado muitas dificuldades para você se movimentar. A medida que você está com cargo público, aumenta o grau de exposição e grau de risco. Depois de 16 anos na vida pública, eu pretendo encerrar. Não vou dizer que nunca mais volto, mas nesse período eu quero efetivamente estar afastado”, complementou.