A Justiça de Mato Grosso mandou prender dois coronéis, um tenente-coronel e um cabo da Polícia Militar nesta sexta-feira (23). Eles estão envolvidos no escândalo dos grampos telefônicos ilegais.
Os alvos dos mandados de prisão são os coronéis Evandro Alexandre Ferraz Lesco, chefe da Casa Militar; Ronelson Jorge de Barros, que é adjunto da Casa Militar; tenente-coronel Januário Batista, ex-comandante do Bope; e o cabo Euclídes Luiz Torezan, que atuava no Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os mandados foram cumpridos agora há pouco.
A PM está conduzindo um inquérito policial militar desde que o caso do escritório clandestino de espionagem e grampos ilegais veio a público, no mês de maio. Por conta dessa investigação já foram presos o cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior e o coronel Zaquel Barbosa, ex-comandante da PM. A investigação corre sob sigilo.
Lesco (foto) comprou em 2015 dois aparelhos de escutas telefônicas no valor de R$ 24 mil em seu nome. Na época, ele era o secretário-adjunto de Segurança Governamental. Os dois aparelhos foram entregues na sede do Comando Geral da Polícia Militare teriam sido utilizados nos grampos ilegais.
Desde o final do ano 2015 o coronel Lesco vem ganhando importantes espaços no governo Taques. Em 2016, ele foi promovido de tenente coronel, ao posto de coronel da Polícia Militar de Mato Grosso. E assumiu a Secretaria-Adjunta da Casa Militar, que então era comandada pelo coronel Benedito Siqueira Júnior.
Torezan, por sua vez, foi responsável por montar o escritório clandestino de espionagem e prestar assistência técnica aos policiais militares. Ele administrava um grupo no WhatsApp, chamado "Sentinela", no qual tirava dúvidas sobre o funcionamento do sistema de escutas telefônicas que funcionava na Casa Militar.
Atualizada às 19h16 - Também foram alvos de mandados e prisão o coronel Alexandre Corrêa Mendes, que é corregedor-geral da Polícia Militar, e o tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, diretor de Inteligência da instituição. Eles teriam vazado informações na manhã desta sexta-feira (23) sobre os mandados de prisão contra Lesco e os demais citados acima. Todos os seis vão para o Fórum de Cuiabá, onde o juiz titular da Vara Militar, Marcos Faleiros, conduz a audiência de custódia. O magistrado foi responsável por determinar a prisão de do coronel Zaqueu Barbosa e do cabo Gerson Luiz Ferreira Júnior.
Preso no Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) desde o dia 23 de maio, por suposto envolvimento no esquema clandestino de grampos ilegais em Mato Grosso, Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior é tido como operador das escutas ilegais e estava lotado na Casa Militar até ser preso preventivamente.
Foi Gerson quem pediu à Justiça autorização para as interceptações ilegais de jornalistas, políticos, médicos e servidores públicos, que nada tinham a ver com a investigação de tráficos de drogas. Essa prática é conhecida como “barriga de aluguel”.
Entre os alvos da escuta estavam a deputada Janaína Riva (PMDB), que faz oposição ao governo, o jornalista José Marcondes, o Muvuca, e as ex-servidoras Tatiana Sangalli Padilha e Caroline Mariano, além de desembargadores e outras autoridades.
Nos bastidores, comenta-se que Gerson pode assumir total responsabilidade pelas interceptações para eximir possíveis mandantes interessados nos grampos.
Tatiana Sangalli, uma das grampeadas, teve um relacionamento amoroso com o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, enquanto Caroline era funcionária dele. Paulo Taques, por sua vez, deixou o governo quando os grampos vieram a público.
Atualizada às 20h16 - O coronel Lesco ficará preso na Academia de Polícia, enquanto o coronel Ronelson Jorge de Barros, que é adjunto da Casa Militar, será encaminhado para o Bope, onde também já está preso o coronel Zaqueu, há um mês. Torezan e Januário ficarão presos no 4º Batalhão, em Várzea Grande.
Mais informações em instantes.
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joaoderondonopolis 23/06/2017
Está chegando. Vai chegar onde todos esperam.
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