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Polícia Terça-feira, 02 de Maio de 2017, 18:30 - A | A

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Terça-feira, 02 de Maio de 2017, 18h:30 - A | A

CHACINA NA GLEBA TAQUARUÇU

Policial de Rondônia treinou jagunços para promover massacre de nove em Colniza

RAYANE ALVES

A Polícia Civil divulgou no começo da tarde desta terça-feira (2) durante coletiva à imprensa que houve participação de um ex-policial (que atuava em Rondônia), no massacre de nove pessoas na Gleba Taquaruçu do Norte, em Colniza (distante a 1065 km de Cuiabá) no último dia 19 de abril.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

delegado jose carlos Delegado José Carlos fala sobre a participação de ex-policial

De acordo com informações do delegado regional de Juína, José Carlos de Almeida Júnior, o ex-policial, Moisés Ferreira de Souza, conhecido como Moisés da COE (Comando de Operações Especiais), era reponsável por treinar os jagunços, que chegaram com os rostos cobertos e executaram os homens que estavam na comunidade. Ele está foragido de uma ação penal que responde junto com Ronaldo Dalmoneck pelo crime de roubo. A Polícia Civil suspeita que ele tenha participação nos assassinatos em Colniza. Já Ronaldo é o empresário do ramo de madeireiras e seria o mandante do crime. 

 

Esses mesmos pistoleiros, que são na verdade matadores de aluguel, também seriam assaltantes de bancos tendo no currículo criminal diversos crimes em Rondônia, além de prestarem serviços como pistoleiros no Amazonas e Mato Grosso.

 

“Atendiam conforme a demanda repassada por quem contratava os serviços. E nós só conseguimos chegar até eles por conta da tragédia já que antes haviam denúncias, mas bem distante porque a população temia pela segurança”, disse.

 

Segundo o delegado, o inquérito policial ainda terá desdobramentos, mas as investigações iniciais apontam que o conflito começou porque no começo da gleba foi montada uma Cooperativa Agrícola Mista de Produção, denominada Roosevelt no Distrito de Guatá, em Colniza, e lá o antigo presidente acabou vendendo os 42 mil hectares de terras consideradas irregulares. Atualmente, 15 mil hectares estão ocupados pelos trabalhadores rurais.

 

“No meio dessa área havia muita madeira. E, com o tempo ela acabou mudando de nome para Taquaruçu. Só que o atual presidente começou a reivindicar junto com os cooperados a área que foi vendida. E, por conta disso as testemunhas contaram que começaram as discussões, porém nós não sabemos valores porque não tivemos acesso aos contratos”, detalhou o policial.

  

Durante vistoria na área atacada, o delegado também afirmou que a equipe da força-tarefa se sentiu surpresa já que também foi descoberto minério na região.

Alan Cosme/HiperNoticias

coletiva sesp/assassinatos em colniza Autoridades policiais se organizam para esclarecer chacina que deixou poupação insegura

 

“Foram mais de 56 horas sem dormir para conseguir retirar os corpos da região. Muitos dos envolvidos na operação tiveram que ter maior força no braço para conseguir finalizar os trabalhos”, detalhou.

 

Investigação

Alan Cosme/HiperNoticias

delegado marcelo mirandaDelegado Marcelo comenta obre linhas de investigação

Já o delegado Marcelo Miranda, que foi designado da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) para o município de Colniza, contou que um empresário do ramo madeireiro e outras três pessoas tiveram a prisão decretada por suspeita de participação no crime. Dois deles, foram presos no domingo (30), no Distrito de Guatá, em Colniza e outra na segunda-feira (1º), no Distrito de Tabajara, em Machadinho D’Oeste (RO).

 

Para chegar até os presos, foi realizado um trabalho de coleta de informações no local do crime. Entre as frentes de investigação para conseguir chegar às medidas cautelares estão: depoimento das testemunhas, elementos informativos colhidos pelas equipes em campo e o trabalho de inteligência na depuração de tudo que havia sido coletado.

 

Além da extração ilegal da madeira, as vítimas também sobreviviam da plantação de milho e mandioca.  

 

“A certeza é que os encapuzados viviam lá e intimidavam as pessoas. Só que ninguém sabia quem eram eles. Porém, as testemunhas confirmaram que os encapuzados são os presos”, disse Muniz.

 

Além da possível participação do empresário do ramo da madeira no crime, também há uma linha de investigação onde apontam que fazendeiros grandes da região estão na lista de mandantes.

 

“Mas, ainda estamos apurando e por enquanto ainda não podemos divulgar nomes porque se trata de uma ação sigilosa”.

 

Agiam em família

Na identificação das mortes já foram identificados Pedro Ramos Nogueira e Paulo Neves Nogueira, que são tio e sobrinho. A dupla informou à polícia que foram contratados para praticar os crimes, que segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), foram a mando do empresário foragido. Mas, o nome de quem os contratou e quantos receberam pelos serviços ainda não foi divulgado pelas autoridades policiais.

 

Conforme o delegado Marcelo, no celular de um deles foi encontrado a ligação no contato de outro suspeito da chacina.

 

“Existe um quarto suspeito de executar as vítimas, que ainda não foi identificado. Todos foram localizados com base em informações de testemunhas e devem responder por homicídio qualificado e associação criminosa”, finalizou. 

 

O crime

Um grupo de pessoas encapuzadas invadiu uma gleba na localidade de Taquaruçu do Norte no fim da tarde de quarta-feira (19) e assassinou nove pessoas com tiros e golpes de facão. A gleba fica distante cerca de 250 km da sede do município de Colniza (1.065 km de Cuiabá) no noroeste de Mato Grosso. A localidade fica isolada em uma região de floresta sem qualquer tipo de comunicação, seja por rádio ou telefone celular.

 

Devido à distância e dificuldades de acesso à região, o crime só foi comunicado às autoridades policiais por volta das 12h de quinta-feira (20), quando moradores que presenciaram os assassinatos conseguiram chegar ao distrito de Guariba.

 

Para chegar até Colniza, sede do município onde ocorreram os crimes, é necessário percorrer 1.065 km partindo da capital Cuiabá. Em Colniza, é preciso se deslocar cerca de 200 km até o distrito de Guariba e mais um trecho de caminhonete e de barco, que pode durar cerca de oito horas, até chegar à localidade de Taquaruçu do Norte.

 

"Na região não pega sinal de telefone celular, internet, nem qualquer outro tipo de comunicação. Lá não tem posto de saúde, mercado, nada. Só existe um acampamento com barracas de lona. Não existem nem casas de alvenaria", relatou o secretário de Segurança Rogers.

 

Naquele primeiro momento foi formada uma força-tarefa com 32 profissionais para iniciar os trabalhos de investigação e identificação das vítimas. Eles permaneceram na região iniciando as investigações e removendo os corpos até a cidade de Colniza, onde foram realizados os exames de necropsia. No total, os profissionais trabalharam cerca de 60 horas ininterruptas desde o deslocamento até a gleba, a remoção dos corpos e o retorno à cidade.

 

 

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