Uma força-tarefa Polícia Militar e o próprio comandante-geral da instituição já se deslocou para o município de Sinop (distante 503km de Cuiabá) afim de descobrir a motivação dos assassinatos em séries das últimas 24hs. Foram nove mortes, entre segunda-feira e terça-feira.
Alan Cosme/HiperNoticias
Foram nove execuções iniciadas com a de um policial militar durante um assalto em sua residência. Em seguida, numa troca de tiros, o acusado de matar o soldado foi morto.
Já na noite desta segunda-feira sete pessoas morreram, sendo seis homens e uma mulher.
O secretário de Segurança Pública do Estado, Rogers Jarbas, disse que primeiro é necessário montar um esquema de buscas para tentar identificar os bandidos e em seguida descobrir os motivos que levaram a esses crimes seguidos.
Os policiais de Cuiabá embarcaram nesta manhã em um avião do Ciopaer no Aeroporto Marechal Rondon e desembarcaram antes do almoço em Sinop. O delegado regional de Sinop, Sérgio Ribeiro Araújo, disse que existe uma possibilidade de brigas entre facções, mas por enquanto não existe nenhuma confirmação.
“Ainda não sabemos muita coisa. Sabemos das mortes e das vítimas. Ainda não sabemos se foram as mesmas pessoas que cometeram os crimes, isso vai depender do exame pericial, mas já sabemos que existe uma briga de facções e se isso for verdade vamos encaminhar nessa hipótese, mas ainda vamos investigar”, comentou o delegado.
Ainda segundo Sérgio Araújo, não há informação alguma se foi policial que comandou ou cometeu mortes, mas se acaso for confirmado, irá ser preso do mesmo jeito. “A Lei Penal é para todos. Não temos nenhuma informação se foi a PM, mas se descobrirmos, com certeza será indiciado igual. Se houve excesso por parte da polícia, será corrigido e os causadores punidos”, disse o delegado.
Por telefone, o secretário Rogers Jarbas comentou que estava em reunião com sua equipe, mas deixou claro que não coaduna com qualquer ato de excesso. “A Secretaria não concorda com qualquer tipo de atitude abusiva ou excessiva, quero deixar isso bem claro”, concluiu.
Execuções
Após a morte do policial e do suspeito que o executou, a matança noturna tomou os bairros de Sinop. Às 21h na Rua das Ameixeiras, no bairro Jardim Celeste. Darlison Diego da Cruz, 27 anos, foi baleado enquanto caminhava próximo da sua casa. Ele foi atingido pelas costas. Ferido, não resistiu e morreu na rua.
Outro homem, que estava ao seu lado, também foi atingido pelos tiros e levado ao hospital. O atirador, segundo testemunhas que presenciaram o crime, estava de moto. Era um homem de jaqueta preta e capacete vermelho. Estava na garupa de uma moto alta, tipo Honda Bros.
Poucos minutos depois foi registrado o segundo ataque. Dessa vez, na Rua dos Esportes, no bairro São Cristóvão. Um adolescente de 16 anos foi atingido por cinco disparos quando estava em frente da residência onde mora. Ele foi encaminhado em estado grave para o hospital.
Às 22h30, na Rua 10 do bairro Boa Esperança aconteceu outro homicídio. Luciano Rafael de Jesus, 19 anos, trafegava de bicicleta quando dois homens em uma moto atiraram. Dois deles acertaram o ciclista. A vítima morreu no local. Existe a suspeita de que os autores do primeiro crime estejam envolvidos nessa morte.
Testemunhas relataram que o executor estava na garupa de uma moto e também de capacete vermelho.
O quarto ataque ocorreu na rua dos Guapuruvus, no Parque das Araras. Um homem foi executado com tiros na cabeça, nas costas e no peito. Dois homens em uma moto foram vistos deixando o local. O nome dessa vítima ainda não foi confirmado.
Na Vila Mariana um homem também foi atingido por tiros. Ele foi encaminhado com vida ao hospital.
A quinta morte foi no início da madrugada desta terça-feira (31). A polícia confirmou que Jackson Carlos da Silva, 23 anos, foi assassinado, a tiros, no residencial Sebastião de Matos. O corpo estava dentro da residência. Não há pistas sobre o assassino e nem como aconteceu a morte. Os disparos atingiram o peito e a cabeça de Jackson.
Na madrugada, um casal de jovens, sendo um com 15 e outro com 17 anos, foi executado enquanto dormiam. Junto, os dois levaram nove tiros, sendo o rapaz cinco e a moça quatro.
Os atiradores invadiram a casa da frente e procuraram pelas vítimas, que estavam dormindo na casa dos fundos. A porta foi arrombada e os disparos foram feitos com as vitimas ainda em cima da cama. Por enquanto ninguém foi identificado.
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