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Polícia Sábado, 05 de Maio de 2018, 14:52 - A | A

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Sábado, 05 de Maio de 2018, 14h:52 - A | A

DUROU MAIS DE DUAS HORAS

Fotógrafa vítima de racismo presta depoimento em Várzea Grande

LUIS VINICIUS

A fotógrafa Miriam Rosa, de 32 anos, prestou depoimento à delegada Ana Paula de Faria Campos da delegada da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande (DEDMCI), no fim da tarde de sexta-feira (4), sobre os ataques racistas que sofreu no início da semana, em Várzea Grande.

 

Aquivo Pessoal

Mirian Rosa

 A fotógrafa Miriam prestou depoimento por mais de duas horas na Delegacia Especializada da Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande (DEDMCI)

Na oitiva que durou um pouco mais de duas horas, Miriam contou à delegada que conheceu o suspeito R.A, há pouco tempo, mas que tem certeza de que foi ele que gravou os áudios de cunho racista no dia 1º de maio deste ano.

 

“Ela contou que conheceu o suspeito recentemente, em um bar quando estava com uma amiga. Ela também contou como tomou conhecimento das ofensas e que tem certeza que ele é o autor dos áudios”, disse a delegada ao HiperNotícias.

 

A delegada Ana Paula afirmou também que a vítima decidiu por representar criminalmente o suspeito.

 

“A Miriam decidiu por representar criminalmente o suspeito. Diante disso, nós abriremos um inquérito para começar a investigar o caso.  Ainda tudo é muito cedo, tentaremos encontrar ele para que o suspeito possa prestar depoimento nos próximo dias”, explicou Ana Paula.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

delegada ana paula campos

 A delegada Ana Paula Campos, investiga o caso

Apesar de existir informações que o suspeito ainda não foi localizado, a delegada afirma que o homem não é considerado foragido da Justiça.

 

“Ele ainda não pode ser considerado foragido da Justiça. Preciso verificar o que já foi produzido no caso, porque ainda não recebi nada, apenas o boletim de ocorrência. Por isso, ele ainda não responde por nada e é ainda apenas suspeito. Temos que aguardar o decorrer das investigações para saber o que fato vai acontecer”, concluiu a delegada à reportagem.

 

Medida protetiva

 

Na quinta-feira (3), a juíza Amini Haddad Campos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TM-MT) acatou o pedido do Ministério Público Estadual (MPE) e concedeu medida protetiva à fotógrafa. Na decisão, a magistrada proíbe o acusado de se aproximar da vítima e da sua família, guardando a distância mínima de 500 metros. Além disso, o suspeito está proibido de manter qualquer contato com a vítima seja por meio de redes sociais, meio telefônico ou qualquer outro meio direto ou indireto.

 

Conforme a magistrada, as declarações do suspeito podem colocar a vida da vítima e de seus familiares em risco.

 

“Não obstante as cautelas necessárias, ainda assim, não estão sendo suficientes para evitar os episódios protagonizados pelo autor, o qual vem, conforme declarado, colocando a vida da vítima e de seus familiares em risco", diz trecho da decisão da juíza.

 

O caso

 

A fotógrafa Mirian registrou um boletim de ocorrência na terça-feira (1), relatando ter sido alvo de racismo. Nas gravações que foram espalhadas nas mídias sociais na quarta-feira (2), a vítima é chamada de ‘saco de lixo’, 'mucama', 'crioula maldita', entre outros xingamentos.

 

O autor do racismo teria usado o telefone celular de uma antiga amiga de Miriam para gravar os áudios. A fotógrafa disse que conheceu o autor das mensagens por meio de um grupo de amigos dela, quando todos estavam em um bar.

 

Nos áudios, o autor é agressivo com a vítima. Além do preconceito, o agressor também liga a situação de pobreza à escravidão da fotógrafa.

 

“Mirian, eu quero saber se você tem dono ou não. Porque é o seguinte, eu fui no mercado escravo no Porto e não achei nenhuma escrava com o seu valor. Qual é o seu valor? Eu quero comprar uma escrava, uma mucama para ser cozinheira, faxineira. Eu gosto de ver a crioulada trabalhando para mim. A única coisa que crioulo sente na vida é ele no tronco e o chicote nas costas. Você pode tacar fogo, dar tiro, pode fazer o que quiser que ele não sente nada disso”.

 

 

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