De janeiro a maio deste ano, 38 mulheres foram assassinadas nos 141 municípios de Mato Grosso. A informação foi repassada pela Coordenadoria de Análise e Estatística Criminal (CEAC) da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT) ao HiperNotícias.
Dentre os assassinatos registrados, 60% teve motivação passional, 10% por envolvimento com drogas, 3% por vingança, 3% por rixa e 8% por outros movidos. Os outros 16% ainda estão sendo investigados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pelas delegacias municipais de onde aconteceram os crimes.
Reprodução - PJC
A jovem Viviane da Silva Ângelo, de 18 anos foi encontrada morta na região da Ponte de Ferro, área rural de Cuiabá
Neste ano, um dos crimes que mais chamou atenção foi o assassinato da jovem Viviane da Silva Ângelo, de 18 anos, que foi encontrada morta na região da Ponte de Ferro, área rural de Cuiabá. De acordo com informações recebidas pelo HiperNotícias, o criminoso usou um estilete para arrancar a pele do rosto da vítima, que estava grávida de sete meses e esperava um menino.
Um mototaxista, principal suspeito de ter cometido o crime, prestou depoimento à delegada Alana Cardoso, mas foi assassinado pouco dias depois por membros da facção criminosa Comando Vermelho (CVMT). Os crime aconteceram no mês de fevereiro deste ano.
Outro caso que chamou atenção da Polícia Civil, foi o assassinato da jovem Vanessa Tito Poquiviqui Ramos, de 21 anos, encontrada morta dentro de casa, no Bairro Três Barras, em Cuiabá, no dia 31 de janeiro. Suspeito do crime, o jovem Maycon Júnior da Silva Dantas, de 30 anos, gravou um vídeo da vítima agonizando antes de morrer.
Os números mostram que a maioria das vítimas possuem entre 17 a 45 anos e a autoria do crime é atribuída a namorados, ex-namorados, maridos e ex-maridos das vítimas.
A defensora pública Rosana Leite, que preside o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, afirma que os dados são alarmantes e explica que grande parte destes crimes poderiam ser evitados.
“Quando a mulher se vê no ciclo de violência doméstica, ela tem que imediatamente se afastar daquele homem. E ela tem que entender que a ameaça é real e pode se concretizar. A mulher que vive dentro de um relacionamento abusivo tem que saber que corre o risco de ser vítima de feminicídio. Um homem que pratica um crime pequeno, pode praticar um crime maior. Esses feminicídios normalmente são ilhados de delitos menores, e eles podem se transformar em algo maior”, diz.
A defensora aponta que o poder público também deve tomar ações para evitar que o crime aconteça. Uma das medidas sugeridas por Rosana Leite são delegacias que atendam exclusivamente casos de violência contra a mulher. Em Mato Grosso, apenas Barra do Garças (500 km de Cuiabá) conta com uma unidade especializada.
“Tem que ter uma consciência também, não só das mulheres, mas o poder público tem que fazer essa consciência na sociedade. Tem que mostrar a gravidade que é a violência contra a mulher, para que a sociedade compreenda o meio em que nós estamos. As demais delegacias atendem crianças, adolescentes, idosos e mulheres. A de Cuiabá atende mulher e idosos. Nós não temos nem mais delegacias especializadas no Estado”, afirma.
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