A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) decidiu mandar para a prisão domiciliar, Thiago Marques Tapajós, de 28 anos, que é acusado de atropelar e matar a travesti Natália Pimentel, de 22 anos, no bairro Jardim Potiguar, região do “Zero KM”, em Várzea Grande. A decisão foi proferida na terça-feira (19).
Montagem/HiperNotícias
A determinação do desembargador Marcos Machado, acatou o pedido da defesa, que solicitou a progressão de pena justificando que Thiago sofre de uma doença no coração, chamada miocardiopatia dilatada. A patologia trata-se de uma grave doença que prejudica o bombeamento de sangue para o restante do corpo.
Os advogados de defesa alegaram ainda que a Penitenciária Central (PCE), presídio onde Thiago está preso, não oferece condições suficientes para pessoas com tal problema de saúde.
“Uma perícia por parte do SUS demandaria por conta do final de ano, retarda isso por um mês ou mais. Eu queria compartilhar essa posição com vossas excelências. Vou conceder a ordem voltando ao regime de prisão domiciliar, advertindo que a violação já geraria sua prisão novamente”, disse trecho da decisão do desembargador.
De acordo com Machado, apenas o fato de Thiago descumprir as normas de uso da tornozeleira eletrônica, já seria suficiente para ele retornar à prisão.
Conforme o processo, recentemente Thiago teve uma crise cardíaca no presídio e precisou ser encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Morada do Ouro, onde foi reanimado pela equipe médica.
O caso
O atropelamento de Natália aconteceu no dia 23 de junho. No vídeo, obtido na época com exclusividade pelo HiperNoticias, é possível verificar que a Natália estava em frente a um motel conversando com outra travesti, quando Thiago passa e a atropela no momento em que ela está de costas.
A prisão de Thiago foi feita pela equipe do delegado Flávio Henrique Stringueta, que contou com informações de uma testemunha ocular do crime, que foi alvo de uma tentativa de atropelamento do mesmo suspeito, logo depois da morte de Natália.
Na época do crime, a delegada Juliana Palhares, responsável pelas investigações, ainda identificou que a placa do carro utilizado por Thiago era clonada.
Antes de ser atropelada, Natália ajudou uma amiga, também travesti, que estava no carro de Thiago, negociando um programa. A travesti havia cobrado cerca de R$ 50, mas Thiago só queria pagar R$ 17, por isso os dois começaram a discutir dentro do carro. Ao ver a situação, Natália interveio e ajudou a amiga a sair do carro.
Logo após a discussão, Thiago deu a volta no quarteirão e atropelou Nathalia. Logo após o crime ele fugiu. Na época, Natália foi rapidamente atendida e ficou internada no Pronto-Socorro de Várzea Grande. Ela chegou em estado grave, foi entubada e encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu aos ferimentos e acabou tendo morte cerebral na tarde de terça-feira (25) e uma parada cardíaca que a levou ao falecimento na manhã do dia seguinte.
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