A Corregedoria Geral da Polícia Judiciária Civil (PJC) instaurou um inquérito para investigar a denúncia em que o delegado Flávio Stringueta diz ter sido ameaçado e ofendido pelo ex-secretário de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas. O fato teria acontecido no estacionamento de um supermercado, localizado no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá. A sindicância será comandada pelo corregedor auxiliar, Sérgio Medeiros.
A queixa foi registrada na tarde de quarta-feira (28) na sede da própria corregedoria por Stringueta, por meio de boletim de ocorrência. O motivo do desentendimento ocorreu por conta das investigações da grampolândia pantaneira, que o inquérito policial acusa Jarbas de saber dos esquemas de interceptações telefônicas ilegais.
Por conta dessa investigação, o ex-secretário Jarbas chegou a ser afastado do cargo e em seguida preso. O inquérito na época foi comandado por Flávio Stringueta e Ana Cristina Feldner, ambos delegados designados pelo desembargador Orlando Perri.
Segundo Stringueta, desde que ocorreu o estouro do escândalo dos grampos, essa foi a primeira vez que se viram.
No boletim de ocorrência, o comunicante afirma que o fato aconteceu por volta das 10 horas de quarta-feira (28), quando terminava sua compra em um dos caixas do estabelecimento. Ele teria visto Jarbas e o cumprimentado. Logo em seguida, ele teria ido para o estacionamento.
No espaço, Stringueta disse que foi surpreendido pelo ex-secretário que pediu para conversar com o delegado e que deixou as suas compras no caixa. No local, Rogers teria se mostrado “acintoso e provocativo”. O comunicante afirma que além de manter uma postura muito próxima, o denunciado o chamou de “covarde e mentiroso”.
O delegado Stringueta afirma que durante a ameaça tentou interromper a conversa para evitar problemas, mas que o ex-secretário teria o xingado novamente e falado que queria resolver a situação de “homem para homem, olho no olho”. O comunicante deixou claro na denúncia que tal atitude estava dando a entender que o denunciado queria o agredir fisicamente. No entanto, no documento não há relatos de agressão por parte de Jarbas.
Desembargador Orlando Perri
O delegado que acusa, afirma também que Jarbas disse que a sua prisão foi fruto de uma armação do desembargador Orlando Perri do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Na época, Rogers chegou a ser afastado e depois, durante a Operação Esdras, deflagrada pela Polícia Civil. A ação apura envolvimento de agentes públicos, dentre secretários de Estado e policiais militares, no caso dos grampos telefônicos ilegais. Na época, Jarbas chegou a ser preso e atualmente é monitorado por tornozeleira eletrônica. Jarbas é um dos investigados no esquema e Stringueta um dos delegados responsáveis.
O comunicante afirmou que Rogers teria dito ainda que a delegada da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) Alana Cardoso, teria mentido em seu depoimento para prejudica-lo no processo. O ex-secretário teria dito que “acabaria com todos eles”. Ao ser questionado sobre o que queria dizer com a ameaça, o ex-secretário teria dito que processaria todos e que ganharia dinheiro dos envolvidos.
No mesmo dia do fato, o comunicante foi no período vespertino na corregedoria para registrar o boletim de ocorrência. Os fatos estão sendo investigados e que, caso comprovado as acusações, Jarbas poderá ser advertido, suspenso e até excluído da corporação.
A reportagem entrou em contato com o delegado Rogers Jarbas, mas as nossas ligações não foram atendidas.
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