Dois homens denunciaram, em boletim de ocorrência, terem sido vítimas de injúria mediante preconceito dentro de uma agência do Banco do Brasil, em Cuiabá. O caso foi registrado nessa terça-feira (4), após uma das vítimas não conseguir adentrar no local em razão da porta giratória de segurança. A injúria, seguida de ameaça, partiu do gerente do banco. A Polícia Civil irá investigar.
Assessoria
Foto ilustrativa
Às 11h40 Joilson da Silva Santana, de 37 anos, tentou entrar na agência localizada na avenida Comandante Costa. Na primeira tentativa, foi barrado pela porta de segurança, e foi solicitado que o mesmo retirasse todos os objetos de metais que estivesse portanto. Mesmo após diversas tentativas, ele continuava sendo impedido de entrar.
Sem entender o problema, ele chamou sua enteada Patrícia Auxiliadora Alves Acosta, até a agência. Após meia hora de espera, ela e a mãe chegaram no local, e, novamente, Joilson tentou entrar, sendo barrado.
Nesse momento, o cliente Josualdo Santino de Oliveira, de 51 anos, que estava dentro da agência, relata ter ouvido o gerente Ueliton Souza Bravo, de 37 anos, se virar para a vítima e dizer “avisa este mulato que ele só irá conseguir entrar quando retirar todos os metais do bolso”.
Diante da injúria, Josualdo questionou a postura do gerente e uma confusão se instalou. Foi quando outro representante do banco, identificado como o gerente Fernando Santana Elesbão, de 38 anos, se virou ao cliente e o ameaçou, informando que iria retirar sua conta da agência, pois “não tinha interesse em manter um cliente como ele”.
Com a confusão instalada, Patrícia começou a gravar a situação com o aparelho celular, fato que irritou o gerente Ueliton. Com uso de força, ele tirou o telefone da mão da testemunha e só devolveu após muita insistência da cliente.
Com a chegada dos militares, todos foram encaminhados para a Central de Flagrantes, onde foi registrada a ocorrência. Os gerentes envolvidos no caso se disponibilizaram a entregar as imagens do circuito interno de segurança para os investigadores da Polícia Civil, que passaram a acompanhar o caso.
Vale explicar que injúria racial, prevista no artigo 140 do Código Penal, trata-se do uso de palavras depreciativas com relação à vítima quando proferida por terceiros de outra raça, etnia ou religião. A pena para quem comete o crime é de um a três anos de reclusão, além de multa.
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