O bebê de um ano e 11 meses que foi internado na Santa Casa de Misericórdia após se engasgar com um pedaço de bolo e também foi vítima de maus-tratos apresentou melhora em seu quadro de saúde.
De acordo com a equipe médica do hospital da Santa Casa de Misericórdia, I.G está estável, porém ele continua respirando com ajuda de aparelhos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O menino está em tratamento intensivo para as diversas fraturas pelo corpo.
Ao HiperNotícias, a enfermeira que cuida do menino contou que o paciente também está muito sonolento. “Isso é por conta da medicação que ele está tomando para ajudar em seu quadro de saúde. Mas, ele é um garoto forte e está correspondendo as expectativas do procedimento médico”, disse a enfermeira que preferiu não se identificar.
Ainda conforme o hospital, I.G. deve passar nesta quarta-feira (15) por novas consultas com neurocirurgião, ortopedista além de fazer uma ressonância para ver o quadro neurológico.
Na segunda-feira (13), a delegada da Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), Ana Paula Campos, recebeu o caso do bebê. Essas agressões, segundo informações da própria mãe da criança, eram cometidas pelo padrasto da vítima.
A delegada fez um requerimento ao Ministério Público Estadual (MPE) para realizar o exame de imediato de corpo e delito. Além disso, um inquérito policial também foi instaurado para apurar as possíveis agressões denunciadas pelo Conselho Tutelar.
A mãe e o padrasto já foram ouvidos e liberados porque não houve o flagrante. Mas, os dois podem ser presos caso se confirme as agressões.
O primeiro boletim médico constou que o menino teve fraturas na coluna, fêmur, coxa, clavícula, lesões abdominais e um corte profundo no queixo, além de apresentar pernas roxas e inchadas.
Vale ressaltar que todos esses ferimentos só foram confirmados porque a mãe levou a criança até o Pronto-Socorro de Várzea Grande alegando que o filho tinha se engasgado com um pedaço de bolo na manhã de domingo (12).
A conselheira Neila Campos, que acompanha o caso e integra a equipe do Conselho Tutelar do bairro Jardim Glória, em Várzea Grande, informou que as agressões ao pequeno aconteceram há pelo menos 30 dias. Porém, a mãe não procurou o hospital porque tem medo do padrasto do filho com quem se relaciona há seis meses. E, só foi até a unidade médica neste domingo porque tinha dado um pedaço de bolo ao menino e ele estava morrendo engasgado sem ar.
“O fato do bolo foi confirmado, porém temos outras situações bem piores. A criança não corre mais risco de morte. A mãe foi conivente ao erro e negligente ao cuidar do filho. Houve espancamento. Como ela poderia manter o menino quebrado todos esses dias dentro de casa sem levá-lo ao médico? Quer dizer que ela deixaria ele morrer e a gente saberia do caso somente dessa forma? Mas, o bom é que essa criança conseguiu ser atendida antes e apesar de permanecer na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa, não corre risco de morrer”, informou a conselheira.
Sem a guarda do filho
Na tarde de domingo (12), depois da criança ser transferida de Várzea Grande para Cuiabá, a mãe tentou visitar o filho, mas foi impedida pelo corpo médico.
“Apenas o Conselho Tutelar está liberado para entrar no quarto, e depois que tiver alta nós vamos pegar uma guia para levar o menino para alguma instituição ou pra outro familiar que tiver interesse em se responsabilizar. Com certeza para os braços da mãe essa criança não volta mais”, defendeu a conselheira.
No hospital, após receber os primeiros socorros, a criança foi internada e tomou adrenalina para ajudar nos batimentos cardíacos. Na manhã desta segunda-feira (13), a medicação foi reduzida e a criança foi liberada para começar a se alimentar por meio de sonda.
Ainda conforme a conselheira, na tarde de hoje a criança deve passar por consultas com ortopedista e neurocirurgião. O Conselho Tutelar já informou a Polícia Civil sobre o caso.
Caso
A criança chegou ao Pronto-Socorro com a mãe e o padrasto. A médica plantonista realizou o atendimento, mas desconfiou do fato e acionou a Guarda Municipal e o Conselho Tutelar. Os dois foram encaminhados junto com o bebê para prestar depoimento na Central de Flagrantes.
A criança apresentava sinais de ferimentos diferentes da situação relatada pela mãe, e por causa disso, a médica acionou o Conselho Tutelar. Com estado grave, a criança precisou ser transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Cuiabá.
Na avaliação de Neila, a mãe da criança apresentava ter medo do companheiro com quem se relacionava há apenas seis meses. “Ela falou que ele era bastante agressivo e que já tentado agressões contra o filho e ela. Já haviam denúncias de maus-tratos contra os suspeitos inclusive”, concluiu.
Como não houve flagrante das agressões, o casal foi ouvido e liberado. O caso continua sendo investigado pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).
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