Amigos do rei

O pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Nataniel de Jesus (PMDB), que foi deputado estadual em Mato Grosso em 2003, garantiu, nesta quarta-feira (5 de abril), informou que o Mensalinho só era liberado para o grupo político e “amigos do rei”. “Riva sempre sentou em cima do dinheiro na AL”, afirmou Nataniel em entrevista à Rádio Capital.

“Só recebiam ajuda os amigos do rei. Eu nunca fui do grupo político dele. Pelo contrário, sempre quando pedia alguma ajuda aqui, sempre me era negado. Nunca tive privilégios. Sempre tinha que viajar com meu carro, meu combustível e me virar com verba de gabinete que na época era de R$ 4 mil. Enquanto eu viajava de carro, outros viajavam de avião. Entrei pobre e saí pobre”, reclamou Nataniel.

O pastor negou que recebeu o mensalinho, mas foi citado como um dos beneficiários do esquema, em depoimento do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva (sem partido) à Justiça, na última sexta-feira (31 de março), à juíza Selma de Arruda da 7ª Vara Criminal de Combate ao Crime Organizado de Cuiabá.  Conforme Riva, a propina era paga para que os deputados votassem a favor de projetos de interesses do Executivo Estadual. Segundo Riva, 33 deputados e ex-deputados estaduais receberam o dinheiro ilegalmente nos 22 anos em que ele esteve na ALMT.

Assim como o ex-presidente da ALMT, Romoaldo Júnior (PMDB), Nataniel também chama o mensalinho de ajuda de custo para as atividades parlamentares. Ainda segundo Nataniel, o ex-deputado e hoje conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo, tinha sempre uma megaestrutura para fazer eventos no Rio Cuiabá. “Ao contrário dele, eu ia fazer um evento, não tinha estrutura alguma, era uma estrutura de R$ 4 mil”, frisou.

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