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Justiça Quinta-feira, 20 de Outubro de 2016, 09:09 - A | A

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Quinta-feira, 20 de Outubro de 2016, 09h:09 - A | A

CASO MAIANA

"Um alívio após cinco anos", declara irmão da vítima após condenação de acusados

MAX AGUIAR

"Deus ouviu minhas preces. É um alívio para todos nós da família de Maiana. O Rogério achou que ele tinha matado um animal e iria ficar solto". Esse desabafo é do irmão de Maiana, Danilo Raul Mariano, único membro da família da adolescente morta asfixiada que conseguiu assistir o debate entre promotores e advogados no julgamento dos réus apontados como mandante e executores de sua irmã. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

caso maiana

Tribunal do juri do caso Maiana demorou dois dias no Fórum de Cuiabá

O Tribunal do Júri teve início às 08h de terça-feira (18) e perdurou até às 18h40 de quarta-feira (19), apenas com intervalo durante a madrugada de um dia para o outro. Sete testemunhas depuseram e contaram o que sabiam sobre o dia a dia de Maiana Mariano Vilela. A adolescente em dezembro de 2011 tinha 16 anos e foi morta por Paulo Martins a mando de Rogério Amorim em uma chácara do bairro Altos da Glória, em Cuiabá. O motivo do crime, segundo a Polícia Civil, teria sido passional, já que Rogério não conseguia conciliar o seu casamento e o caso extra-conjugal que mantinha com a vítima. 

 

Os sete membros do Conselho de Sentença decidiram ao final do júri em condenar Rogério por 20 anos de prisão e Paulo, que asfixiou a menina até a morte, por 18 anos e seis meses. Carlos Alexandre, que comprovou durante sua defesa que apenas ajudou a ocultar o cadáver, pegou um ano e seis meses e cumprirá em regime aberto. Ele foi o único que saiu pela porta da frente do Fórum de Cuiabá. Paulo e Rogério foram encaminhados ontem mesmo para um presídio de Cuiabá. Por questão de segurança, a magistrada que conduziu o júri, Mônica Aparecida Perri não divulgou o local da pena. 

 

Tensão e revelação

 

Durante o depoimento das testemunhas os advogados debatiam com os membros da acusação, formada por um advogado da família de Maiana e o promotor James Romaquelli. Por mais de dez vezes a juíza teve que interferir no bate boca, principalmente porque o advogado Valdir Caldas, que fazia a defesa de Carlos Alexandre da Silva, não aceitava a forma que o promotor perguntava. "Excelência, desse jeito ele praticamente faz com que a testemunha responde o que ele quer. Ele induz ela a resposta favorável. Ai ninguém aguenta e o réu só se perde", disse Caldas em uma das interferências. 

 

A parte que acirrou os ânimos dos juristas aconteceu quando o promotor disse que Rogério abusava de Maiana desde que ela tinha 13 anos. "Ele é um pegador de menininhas do bairro. Alicia as vítimas com compras, dinheiro e presentes. Pegava Maiana desde os 13 anos de vida dela e agora quer aparecer como bom moço?", questionou o promotor na sustentação oral. Nesse momento, mesmo sem permissão, os advogados se exaltaram e tiveram de ser apaziguados pela magistrada. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

caso maiana

Advogado Valdir Caldas era um dos mais exaltados no primeiro dia de juri

Ainda no primeiro dia de júri dois fatores chamaram atenção da plateia e dos membros do Conselho de Sentença que acompanhavam para decidir sobre a condenação dos réus. Um foi a confissão da mãe de Maiana, Suely Cícero Mariano Vilela, que era usuária de drogas. "Sim juíza, eu já fiz uso de maconha, mas não era todo dia. Isso acontecia as vezes", contou. 

 

Outro foi a informação de que Maiana seria uma mentora intelectual de um roubo que teria como vítima Rogério Amorim. "A Maiana me encontrou numa boate em Cuiabá e disse que queria falar comigo sobre um plano. Marcamos numa praça e lá ela me disse que no dia 21 de dezembro o Rogério, que era namorado dela, estaria com R$ 30 mil em mãos para pagar os funcionários da empresa dele. Eu topei com condições de ganhar uma boa parte desse dinheiro. Ela disse que só queria a caminhonete e que o dinheiro seria meu. Ela ainda disse que daria R$ 3 mil para eu assaltar ele. Chamei o Carlos e por ser fim de ano, eu sem dinheiro para as festas de Natal, topei o assalto. Mas acabou não dando certo", comentou Paulo Martins, réu confesso pela morte da adolescente. 

 

Paulo, posterior a essa história, disse que Maiana o procurou em uma chácara e disse que não deu certo o plano. "Ai nós brigamos e discutimos com xingamentos nessa chácara. Eu me virei, ela jogou uma chave de griff em mim. Por isso, fui pra cima dela e acabei apertando o pescoço dela e a joguei. Ela caiu tremendo e acabou morrendo. Depois a enterramos em outra chácara perto do Coxipó do Ouro", comentou Paulo. 

 

A tese foi questionada pelo promotor que mostrou uma interceptação telefônica feita pela DHPP em 2012, mostrando que após executar o crime, Paulo ligou para Rogério umas 12 vezes e sempre comentavam do caso. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

caso maiana

Rogério (camisa branca) foi condenado há 20 anos de prisão por ser o mandante do crime contra Maiana

"Eles inventaram uma de assalto que falhou e depois o cara matou Maiana. Isso nunca existiu. A delegada Anaíde Barros, que investigou a morte na época, já tinha concluído o motivo desse crime na época do caso. Uma excelente delegada comandou esse caso. Anaíde Barros já tinha desvendado tudo e inclusive conseguiu um telefonema de Rogério para Paulo combinando a morte. Essa interceptação mata e finaliza o caso, senhores jurados. A Maiana foi morta porque Rogério não conseguia conciliar casamento e caso extraconjugal. Assalto ou plano de assalto nunca existiu. Quem acredita que uma menina de 16 anos iria comandar um assalto. Ser chefe de quadrilha formada por pessoas experientes ao crime? Parabéns à delegada Anaíde. Esse caso já foi desvendado faz é muito tempo", disse o promotor.

 

Suborno

 

Romaquelli ainda frisou que os detentos foram subornados por advogados de Rogério para assumirem a "bronca" sozinha. Segundo o representante do Ministério Público, dentro da cadeia eles armaram essa história e principalmente os advogados da época disseram que a família de Paulo e de Carlos Alexandre seriam beneficiadas com dinheiro mensal se caso mudasse a história. 

 

"Ora, o matador diz no dia que é preso que matou a mando de Rogério ee ganhou R$ 5 mil para executar o crime e que aceitou principalmente porque estava sem dinheiro. Disse mais que conhecia Rogério e a família há mais de 15 anos. Como agora ele muda tudo. Diz que não era amigo, que não foi mandado e que tinha um plano que falhou e que depois disso resolveu matar. Ah, deixa de brincadeira. Isso aqui é um júri. Um lugar de verdades. Justiça precisa ser feita. Não podemos deixar impune um homem que pegou uma menina pobre para ser seu brinquedinho sexual e quando enjoou ele a jogou fora, de maneira brutal. Esse mesmo homem, que se passa por bonzinho, subornou os presos para livrar ele desse crime", comentou o promotor. 

 

Gilberto

irmao de maiana

Danilo Vilela, irmão de Maiana, se disse aliviado após condenação de acusados

Aplausos após condenação

 

Às 17h15 de quarta-feira (19), os debates acabaram.  A juíza levou mais uma hora para computar a pena dos criminosos. Depois que a magistrada disse que Rogério iria cumprir 20 anos e o executor Paulo 18, uma salva de palmas foi dada dentro do Fórum sob um grito de Danilo Raul Mariano. "Finalmente condenado", disse o jovem.

 

Sobre o processo que a família de Maiana move contra Rogério no valor de R$ 1,2 milhão, o jovem não quis comentar e preferiu dizer que isso é para um outro momento. "Não tem o que comemorar pois isso que julgaram é resultado da morte de minha irmã, mas estamos felizes porque Justiça foi feita. Maiana não era animal que se mata e fica por isso mesmo. Espero que ele apodreça na cadeia", concluiu.  

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