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Justiça Quinta-feira, 20 de Julho de 2017, 15:22 - A | A

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Quinta-feira, 20 de Julho de 2017, 15h:22 - A | A

OPERAÇÃO SODOMA

Silval confessa que R$1 milhão pago a Malouf foi desviado de fontes diferentes

JESSICA BACHEGA/CAMILLA ZENI

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) está sendo reinterrogado nesta quinta-feira (20) sobre o desvio de mais de R$15 milhões investigados na Operação Sodoma 4, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). A audiência é presidida pela juíza Selma Arruda, titular da Sétima Vara Criminal, e acompanhada pela promotora de Justiça Ana Bardusco.

 

Alan Cosme/HiperNotícias

silval barbosa

 Silval retorna ao Fórum para mais um dia de interrogatório

Esta é a terceira vez que o ex-governador volta para o Fórum de Cuiabá para explicar sobre o desvio. Na situação de réu confesso, Silval já confirmou sua participação na organização que havia dentro do palácio Paiaguás, formado por secretários de sua gestão, para desmantelar os cofres públicos. 

 

Silval ficou preso por 21 meses no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). Atualmente, ele continua detido, porém em regime domiciliar, decretado pela própria magistrada Selma Arruda após pagamento de fiança de mais de R$46 milhões, firmado pelo réu.

 

Acompanhado de seu advogado Délio Lins, Silval deve responder nesta quinta-feira sobre o superfaturamento na desapropriação de uma área localizada próxima ao bairro Osmar Cabral, chamada Jardim Liberdade.

 

Acompanhe sobre os acontecimentos desse depoimento:

 

13:23 - Silval Barbosa chega no Fórum acompanhado de seu advogado. Ele carrega uma pasta e se prepara para o terceiro dia de confissões.

 

15:26 - Após o interrogatório de Antônio Carvalho, proprietário do terreno no bairro Osmar Cabral, Silval se apresenta à juíza.

 

15:43 - A juíza Selma Arruda inicia com a audiência.

 

15:45 - Questionado pela juíza, Silval Barbosa confessou que a denúncia contra ele é verdadeira e começou a narrar sobre suas atribuições no processo da desapropriação. "Quero confessar toda minha participação, como foi a desapropriação", falou.

 

14:49 - Silval contou que a ação foi iniciativa do ex-secretário Pedro Nadaf, e tinha o objetivo de saldar uma dívida com o empresário Valdir Piran.  "Nadaf me disse que Chico Lima contou a ele que o processo da desapropriação estava pronto, que era só pagar. Acatei a ideia e conversei com Nadaf e Chico Lima", explicou.

 

14:50 - Foi solicitada a avaliação da área, que era de R$ 31 milhões. O dono da terra devolveria metade do valor e eles teriam R$10 milhões para quitar a dívida com Piran. "Nadaf e Chico Lima orquestraram tudo para efetuar o pagamento em sete vezes pela Sefaz [Secretaria de Estado de Fazenda]", ressaltou.

 

15:52 - Silval contou que conheceu o dono da área desapropriada, Antônio Carvalho, apenas nesta quinta-feira, já no Fórum. Disse que nunca tinham sido apresentados e que conhecia Levi Machado porque ele fazia parte da diretoria do PMDB, mesma sigla que a dele. Ele contou que pediu prioridade para o ex-secretário de Planejamento Arnaldo Alves e para Marcel de Cursi. "Eu precisava resolver um problema sério de dívida do nosso grupo político e dependia desse dinheiro".

 

15:56 - O réu falou, a partir de sua autorização, foi dado encaminhamento para o pagamento da desapropriação. O ex-governador ressaltou que não conhece Filinto Muller e não sabe o motivo pelo qual Nadaf fez o repasse para Valdir Piran por meio da empresa de Filinto. "Não entendi porque não pagou direto para Piran, que também tinha empresa de fomento. Se fizesse direto não teria envolvido mais pessoas nisso", observou.

 

15:58 - Silval declarou que, do valor da desapropriação, foram pagos R$ 10 milhões para Piran e R$200 mil para Antônio Calos Milas, do Mato Grosso Popular e R$200 mil para Alan Malouf. "Nadaf era de minha confiança. Ele sabia dos meus problemas. Eu falei para ele resolver logo para a gente poder trabalhar", contou.

 

16:02 - Silval disse que Silvio Corrêa soube dos recursos indevidos quando ele foi preso.

 

Alan Cosme - HiperNotícias

Silval Barbosa

 Silval confessa esquema de propina em terceiro interrogatório

16:05 - O ex-governador negou ter chamado Chico Lima de "cagão", e afirmou que nunca intimidou Nadaf para que não fizesse delação. "Eu conversei com ele para a gente conversar e caminhar juntos. Minha relação com ele era a mesma de confiança que havia antes de ser preso", disse.

 

16:06 - Silval declarou que todos os personagens envolvidos participaram por espontânea vontade. "O governo não extorquia ninguém, não pressionava para nada. A pessoa fazia porque achava que teria vantagem. Se não quisesse, era so recusar".

 

16:09 - O réu afirmou que não mandou que Cursi pressionasse o delator Antônio Carvalho para que devolvesse metade do valor por suas terras. "Se ele fez isso, não é do meu conhecimento". 

 

16:12 - Em relação ao ex-presidente da Intermat, João  Justino, ele disse que não sabe nada sobre a negóciação de ouro. "Não existe no norte a venda de ouro com essa desvalorização. Se ele comprou por esse preço, comprou ouro falso", comentou Silval que diz conhecer do ramo de mineração e venda de ouro.

 

16:15 - Questionado sobre qual seria seu grupo político, Silval disse que são muitas pessoas e que preferia não revelar nomes neste processo.

 

16:17 - O réu contou que Milas o extorquia há anos, chantageando para que não publicasse fatos que havia descoberto, entre eles a desapropriação. Conforme Silval, a dívida com o jornalista era de cerca de R$ 800 mil. Ele disse também que sua dívida com Alan Malouf era referente a sua festa de posse, na qual esperava receber mil pessoas. No entanto, o número de presentes extrapolou o esperado, o que gerou um excedente de R$1 milhão, que foi pago em espécie com dinheiro não declarado.

 

16:20 - Silval disse acreditar que Nadaf ficou com R$500 mil, mas não sabe ao certo. "Tirando os R$10 milhões e as outras dívidas, eu autorizei que Nadaf dividisse o dinheiro entre os outros", contou.      

 

16:21 - A juíza perguntou a Silval se todos os envolvidos sabiam que 50% do valor voltaria para o grupo. "Eu não sabia que ia voltar a metade. Eu sabia que tinha que ter R$ 10 milhões para a dívida. Eu falei para eles que teria retorno", explicou.

 

16:21 - Silval disse que Malouf sabia que o dinheiro pago a ele não seria repassado oficialmente pelo governo.

 

16:24 - A promotora começou a questionar o réu sobre o envolvimento do Silvio na desapropriação. "Ele só despachou o processo levado por Chico Lima e na autorização do Condes", respondeu o ex-governador. Segundo ele, Silvio sabia da dívida com Piran, mas não da propina recebida por ele (Silval).

 

16:35 - A promotora questiona ao réu se ele foi agredido fisica ou verbalmente dentro de seu gabinete no Palácio Paiaguás. Em resposta, Silval minimizou a situação e disse que não: "Não fui agredido por ninguém. Foi um pouco de sensacionalismo do Pedro [Nadaf]. Eu não fui agredio. Acho que o senhor Piran estava apenas alterado. Talvez ele sentou e a cadeira caiu. Mas ele não me agrediu".

 

16:36 - "Ele chegou bastante irritado na minha sala, aliás, na Casa Civil. Acho que ele tinha tomado algum tipo de remédio, porque estava muito nervoso, mas não houve agressão. Houve uma discussão, o que é coisa normal. Como ele estava muito exaltado, pedi para ele voltar outro dia, que eu resolveria, mas não iria pagar nada naquela situação", continuou Silval.

 

16:45 -  Indagado pela promotora se o R$1 milhão pago a Malouf era dinheiro de propina, Silval disse que sim, mas de diferentes fontes de desvio.

 

16:52 - "Lá tem gente de todo tipo naquele presídio. De estuprador até... Pode ser que o convívio tenha influenciado ele, mas eu não acredito. Silvio estava muito depressivo lá dentro. Nos últimos meses ele nem conversava", contou o ex-governador.

 

16:55 - O advogado de João Justino questionou Silval sobre a afirmação de que Justino teria comprado ouro falso. "Eu não disse que ele comprou ouro falso. Eu disse que, se ele comprou ouro com 30% de deságio, ele comprou ouro falso. Não existe ouro com esse valor", se explicou.

 

16:57 - A defesa de Alnaldo Alves perguntou ao réu sobre o contato dele com Arnaldo e se é comum pedido de remanejamento de orçamento. Ao que Silval afirmou que, sim, "é normal".

 

16:58 - O advogado questionou sobre a origem da dívida com Piran e o réu se limitou a dizer que é dívida do grupo político. "Eu vou explicar sobre a dívida e nomear os envolvidos no momento oportuno". O ex-governador disse que a conta vem de muito tenpo. Indagado sobre negociação para delação, ele negou e reafirmou que está na condição de réu confesso.

 

17:03 - O defensor de Valdir Piran questionou Silval sobre a certeza de que Piran sabia da origem ilícita do dinheiro. "Imagino que ele devia saber que não era lícito. Para começar, ele estava recebendo de uma factoring", disse.

 

17:06 - O advogado de Cursi pergunta a Silval se foi a Sefaz ou a Secretaria de Planejamento que pagou pela desapropriação. "O que tratei com Cursi era para ele descobrir uma maneira de pagar a desocupação em sete vezes", respondeu o ex-governador. Ele negou ter prometido qualquer retorno a Cursi.

 

17:08 - A audiência é encerrada. 

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