O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), afirmou em depoimento que o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, levantava recursos de forma ilegal para pagar compromissos políticos e garantir a governabilidade da gestão passada.
A informação foi dada à Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Administração Pública (Defaz) e divulgada nessa terça-feira (13), na decisão da juíza Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
Silval confessou à Defaz, no último dia 1º de junho, as práticas criminosas da organização montada em seu governo. Na condição de secretário da Casa Civil, Nadaf era responsável pela articulação política junto à Assembleia Legislativa.
"Pedro Nadaf exercia a função de levantar fundos para pagamento das dívidas e dos compromissos políticos ilícitos, eis que muitas vezes era necessário o pagamento de propina para manutenção da governabilidade de Mato Grosso", diz trecho do documento da juíza, que autorizou a prisão domiciliar de Silval, com monitoramento eletrônico.
No depoimento, o peemedebista lembra que Nadaf também foi secretário da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) - atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico - na gestão do ex-governador e hoje ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP).
Após as eleições de 2010, quando Silval foi eleito governador, Nadaf permaneceu na Sicme por dois anos, onde operava e tinha a missão de buscar propinas mediante a concessão de incentivos fiscais e créditos tributários para as empresas sediadas em Mato Grosso.
Depois disso, já no final de 2012, assumiu a Casa Civil e se tornou o articulador entre os secretários do governo envolvidos nos esquemas da organização criminosa. Ele era responsável por, além de pagar propina para garantir a governabilidade, administrar o pagamento das dívidas contraídas pelo grupo de Silval. E também "mantinha contato com os operadores financeiros".
Segundo Silval, Nadaf foi fundamental na campanha de 2010, pois abordava empresários para angariar os recursos para a disputa. "Disse que Nadaf o auxiliou bastante na campanha de 2010 com o apoio político e financeiro e que exerceu uma função estratégica muito importante na abordagem de empresários para levantamento de recursos", confirma a juíza.
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