O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) é ouvido, nesta segunda-feira (18), pela juíza Selma Arruda, titular da Sétima Vara Criminal de Cuiabá. O interrogatório é referente à Operação Liberdade de Extorsão, na qual o político é citado como vítima. Silval chegou ao Fórum por volta das 13h30, acompanhado de um policial.
A Operação em questão investiga a cobrança de dinheiro feita pelos e jornalistas Antonio Carlos Milas, Maycon Milas e Max Milas a políticos e empresários. O pedido de propina foi feito após descobirrem sobre esquemas ilícitos praticados por Silval e aliados.
Liberdade de Extorsão
Os jornalistas citados fazem parte dos veículos de comunicação Centro Oeste Popular, Notícias Max e Brasil Notícias e foram presos durante a "Operação Liberdade de Extorsão", da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), deflagrada em março de 2016.
Segundo a investigação, o grupo agia há vários anos e o valor cobrado variava entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, de acordo com o poder aquisitivo de cada vítima. Além dos três jornalistas, mais dois comunicadores, Naedson Martins da Silva e Antônio Peres Pacheco, foram detidos na operação.
Acompanhe, minuto a minuto, o depoimento do ex-governador:
13:30 - Silval chega ao Fórum e se nega dar entrevista à imprensa; o advogado que o acompanha é Léo Catalá;
13:55 - Juíza Selma Arruda chega à sala de audiência; acompanha o caso a promotora Márcia Borges Furlan;
13:56 - O advogado Eduardo Mahon fala que as provas da ação são emprestadas da delação do Silval feita ao Ministério Público Federal e afirma que tais provas são viciadas;
13:58 - Mahon afirma que Silval não é qualificado tecnicamente como testemunha por causa de sua delação e requer que a testemunha seja dispensada;
14:03 - O Ministério Público Estadual se manifesta contrário ao pedido de Mahon porque caracteriza Silval Barbosa como vítima. "Ele tem o direito de falar";
14:05 - Magistrada Selma Arruda indefere o pedido para dispensar a testemunha;
14:08 - Silval começa seu depoimento e passa a narrar que, em 2013, Antonio Milas o pressionou e ao dono da Trimec, Wanderley Fachetti. Ele sabia de compra de terras de forma irregular feita por Silval e queria dinheiro do ex-governador e de seu amigo. A vítima não pagou e a matéria foi publicada. A existência da compra de terras é verídica e consta em sua delação;
14:08 - Após a publicação, Milas continuou a procurá-lo dizendo que sabia de outras irregularidades e ameaçava publicá-las caso um acordo entre eles não fosse estabelecido;
14:10 - Depois disso, José Riva insistiu para que Silval se encontrasse com Antonio Carlos, ocasião em que Antonio Millas cobrou de Silval R$1 milhão, mas acabou negociando em R$ 700 mil;
14:14 - Os valores eram pagos em parcelas e ficaram a cargo de Pedro Nadaf, chefe da Casa Civil: "Eu pedi que pagasse para que parasse de me importunar", diz Silval. Milas é dono do jornal Centro Oeste Popular e as cobranças pararam depois do acordo para o repasse. Os valores para o pagamento eram oriundos dos diversos desvios feitos pelo grupo criminoso de Silval Barbosa;
14:15 - Silval afirma não saber a origem exata do dinheiro utilizado para o pagamento, mas afirma que R$ 200 mil foram arrecadados por meio da desapropriação do Jardim Liberdade;
14:18 - Conforme Silval, Milas procurava por ele e Wanderley separadamente;
14:18 - A promotora de Justiça passa a indagar a vítima, que esclarece o que já tinha narrado.
14:20 - Silval diz que aceitou pagar o valor por insistência do deputado Riva, pois não queria nenhum escândalo de corrupção dentro do governo. "A transação era verdadeira e eu não queria que viesse a público nenhum esquema de corrupção";
14:21 - A magistrada passa a palavra para as demais defesas;
14:22 - O jurista Edardo Mahon passa a questionar a testemunha;
14:24 - Mahon questiona se Silval mentiu quando, em depoimento anterior, disse que não houve extorsão, apenas pressão, indagou ainda o porquê da testemunhar ter mudado a versão dos fatos;
14:25 - Silval responde que estava em tratativas com o MPF, Procuradoria Geral da República e com a Polícia e afirmou que não iria falar nada do que se passou dentro do governo até que tivesse um acordo assinado. O ex-governador ainda ressaltou que seu depoimento anterior foi pautado na verdade. "Tudo o que falei são verdadeiros os fatos. Quero reiterar que tudo é verdade";
14:28 - O ex-governador ainda afirma que acredita que Pedro Nadaf tenha pago todo o valor para o empresário porque o grupo parou de cobrá-lo.
14:32 - É encerrado o depoimento de Silval Barbosa.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.
Arnaldo Humberto Zampar 18/09/2017
Ele é vítima, então não é interrogatório dele (Sival), e sim oitiva.
1 comentários